Inadimpl�ncia foi a menor para agosto em 2 anos no pa�s

Favorecida por um mercado de trabalho ainda aquecido, a inadimpl�ncia atingiu no m�s passado o menor n�vel para agosto dos �ltimos dois anos, segundo levantamento da Fecom�rcio-RJ liberado com exclusividade para a Ag�ncia Estado. A pesquisa revelou tamb�m aumento na prefer�ncia por cart�es de cr�dito nas modalidades de pagamento, em detrimento de carn�. Houve ainda avan�o no n�mero de consumidores que notaram mais dinheiro sobrando em agosto - e quase a metade destes planejam poupar esta folga no or�amento.

Entre os entrevistados, a participa��o de endividados com parcelas em atraso foi de 19,6% em agosto, inferior aos de agosto de 2010 (25,4%); e agosto de 2009 (21,8%). De acordo com a pesquisa, que ouviu 1.000 domic�lios em nove regi�es metropolitanas do Pa�s, o porcentual de endividados no total de entrevistados permaneceu est�vel de 2010 para 2011, em 42,1% para meses de agosto. A fatia tamb�m permaneceu inferior � de agosto de 2009 (44,8%), �poca da crise global, quando isen��es tarif�rias e medidas de incentivo ao consumo estavam em alta.

O porcentual de inadimplentes superou ligeiramente o apurado em julho deste ano (19,5%), mas para evitar efeitos sazonais, a melhor compara��o � sempre com iguais meses de anos anteriores, segundo o economista da Fecom�rcio-RJ, Paulo Padilha. Ao mesmo tempo, subiu o n�mero de consumidores com as contas em dia: o porcentual de consumidores sem d�vidas em atraso passou de 73,8% em agosto de 2010 para 80,3% em agosto deste ano.

Padilha citou a renda do trabalhador como um dos principais motivos para o bom cen�rio apontado pela an�lise. Quase um ter�o dos entrevistados (27,2%) informaram em agosto que vai sobrar

dinheiro ap�s pagamento de todas as despesas. Esta fatia � a maior para esse quesito nos �ltimos quatro anos. Deste porcentual de 27,2%, 23,3% informaram que v�o poupar a sobra do or�amento em caso de necessidade futura; e 22,2% desejam poupar para gastar no futuro. Os dados da Fecom�rcio-RJ mostram trajet�ria similar ao do Indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimpl�ncia do Consumidor, que subiu 0,3% em junho de 2011, a menor varia��o dos �ltimos 11 meses.

Para a economista-chefe da Rosenberg & Associados, Tha�s Zara, a expectativa � de que a inadimpl�ncia se estabilize. Isso porque o mercado de trabalho n�o apresenta sinais de deteriora��o. "Mesmo que o governo n�o atinja esta meta de tr�s milh�es de empregos formais para este ano, isso n�o indica sinal negativo" disse, lembrando que o emprego j� opera, desde o ano passado, em patamares elevados.

Cart�es

O levantamento apurou ainda aumento na procura por parcelamento no cart�o de cr�dito. O porcentual de endividados que optam por esta modalidade subiu de 27,5% em agosto de 2010 para 28,1% em agosto de 2011. No mesmo per�odo, caiu de 57,3% para 54,8% a prefer�ncia por carn�s.

As fam�lias de baixa renda s�o as que mais impulsionam este avan�o. A Associa��o Brasileira das Empresas de Cart�es de Cr�dito e Servi�os (Abecs) tem notado desde 2009 o avan�o das classes C, D e E no uso de cart�o de cr�dito, e realiza campanhas de esclarecimento sobre o uso da modalidade, voltadas para este novo consumidor.

Para o presidente da Abecs, Claudio Yamaguti, a utiliza��o do cart�o pelo consumidor brasileiro s� tende a crescer no Brasil. "Em 2010, o faturamento da ind�stria de cart�es, cr�dito, d�bito e lojas, foi de R$ 541 bilh�es. Estimamos chegar a R$ 1,3 trilh�o em 2015" disse. Para 2011, a proje��o � que a ind�stria como um todo atinja R$ 667 bilh�es - um avan�o de 23% contra o ano passado.