O caf�, cuja colheita come�a em maio, foi um dos grandes vil�es do Produto Interno Bruto (PIB) do agroneg�cio de Minas Gerais no segundo trimestre, levando o indicador a retrair 1,1% na compara��o com igual per�odo de 2010. A queda na colheita do gr�o, contudo, j� era esperada, devido a bianualidade do fruto – 2011 � o ano da safra menor. � bom destacar que, quando levado em conta o confronto entre os seis primeiros meses do ano com igual per�odo do exerc�cio passado, o indicador cresceu 2,4%. Tamb�m houve alta no acumulado dos 12 �ltimos meses: 2,9%.
Em Minas, a nova estimativa passou a ser de 21,6 milh�es de sacas – em maio havia sido de 22 milh�es. Em 2010, ano de boa safra, a colheita rendeu 25 milh�es de sacas de 60 quilos. A queda n�o se deve apenas � bianualidade, pois a seca no in�cio do ano comprometeu parte da safra, como informou relat�rio da Conab: “Entre os fatores clim�ticos que impediram uma produ��o (de caf�) maior (no pa�s) est�o as estiagens em janeiro e fevereiro, que prejudicaram lavouras que se encontravam na fase de enchimento dos frutos, sobretudo, nos estados de Minas Gerais (Regi�o Sul e Cerrado), da Bahia e de Rond�nia”.
A maior redu��o na safra nacional de caf�, segundo a Conab, ocorreu na produ��o do ar�bica (13,4%), que tem Minas como o maior produtor, (de 21,4 milh�es de sacas). “A pr�xima colheita ser� de alta”, prev� Guilherme Braga, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Caf� do Brasil (CeCaf�). Apesar da queda na produ��o, cafeicultores recebem mais pelo produto. Entre o in�cio de agosto e o princ�pio deste m�s, o pre�o da saca vendida pelos agricultores da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxup� (Cooxup�), no Sul de Minas, considerada a maior cooperativa brasileira, com cerca de 12 mil produtores, subiu de R$ 460 para R$ 520.
J� o valor a ser pago nos pr�ximos dias � uma inc�gnita: “Depender� das bolsas na Europa e nos Estados Unidos”, disse o presidente da Cooxup�, Carlos Paulino. Ele clama para que S�o Pedro envie logo pancadas de chuvas para que a estiagem do in�cio deste ano n�o se repita. “At� o fim de setembro, a chuva tem que vir”, emendou Guilherme Braga. “A falta de chuva prejudicou muito os produtores”, acrescentou o produtor Adilson Moreira Soares, de Machado, no Sul de Minas.
Pecu�ria
A FJP recorreu a dados do Minist�rio da Ind�stria e Com�rcio para listar o cen�rio da pecu�ria destinada � exporta��o. As vendas externas de carne, de abril a junho, aumentaram 13,5% quando comparadas com igual per�odo de 2010. Na mesma base de confronto, o valor das carnes enviadas para fora do pa�s subiu 28,3%.
“Apesar da queda de 22,5% do volume exportado de carnes de bovinos, houve aumento de 6,4% em valor. No mesmo per�odo, as vendas externas de carnes de aves tiveram aumento tanto em volume quanto em valor (34% e 66,2%, respectivamente). Para as carnes su�nas, as exporta��es do estado ca�ram em volume (2,3%) e tamb�m em valor (8,4%)”, informa o relat�rio da FJP.
O que nos interessa
Faca de dois gumes
Os fatores que determinaram a desacelera��o do PIB s�o os mesmos que atingem o bolso da popula��o brasileira: a conten��o do cr�dito, a valoriza��o da taxa de c�mbio e a estagna��o econ�mica nos Estados Unidos e na Europa. � uma faca de dois gumes. Se a crise internacional se agravar, o pre�os das commodities podem recuar e, reduzindo a press�o inflacion�ria, o Banco Central ganha confian�a para baixar a taxa de juros. Ao fazer isso, um financiamento pode se tornar mais barato e o custo da d�vida p�blica diminui. A melhora nos resultados fiscais abre oportunidade para o investimento p�blico, mais que necess�rio para que o Brasil volte a crescer de forma sustentada e sem press�o inflacion�ria. Por outro lado, a crise reduz a demanda por produtos brasileiros, incluindo a� os agropecu�rios, o que for�a a desacelera��o da tividade produtiva, limitando a cria��o de novas vagas de emprego.