
As duas sider�rgicas produzem a�os planos, usados na fabrica��o de ve�culos. A uni�o das duas criaria o maior complexo brasileiro neste nicho. Outra especula��o, essa n�o t�o not�ria, � que o xeque-mate da CSN de Benjamin Steinbruch sobre a Usiminas de Wilson Brumer tem um nome: cimento. � que a CSN vende coprodutos industriais, como a esc�ria de alto forno, para as cimenteiras Votorantim e Camargo Corr�a e, segundo fonte do setor, Steinbruch estaria “amea�ando” de suspender o fornecimento da mat�ria-prima para a produ��o de cimento e argamassa, caso as empresas n�o aceitem negociar suas participa��es na Usiminas.
A CSN j� emitiu quatro comunicados oficiais s� neste ano sobre compras de a��es ordin�rias e preferenciais no chamado mercado secund�rio de a��es (quando investidores negociam entre si). No primeiro an�ncio, em 27 de janeiro, detinha 5,03% das a��es ordin�rias (ON) da Usiminas e 4,99% de preferenciais (PN). Na �ltima divulga��o, em 19 de agosto, o volume de ONs saltou para 11,29% e o de PNs, 15,15%. Levando em considera��o as a��es ordin�rias e preferenciais, a CSN j� � a maior acionista, com uma fatia de 13,23% do total dos pap�is (veja quadro).
Contudo, o grupo Nippon det�m 29,08% das ordin�rias, a��es com direito de voto em assembleias. Nesse caso, a atual participa��o da CSN � de 11,29%; da Votorantim, 12,98%; e da Camargo Corr�a, tamb�m 12,98%. Vale destacar que a Nippon, maior sider�rgica do Jap�o, � o fiel da balan�a, j� que na eventual possibilidade de Votorantim e Camargo Corr�a venderem suas participa��es, poderia exercer direito de prefer�ncia de compra. Na come�o da noite de ontem, o mercado j� cogitava que a Nippon est� usando desse poder para bloquear a oferta da CSN, que seria de R$ 5 bilh�es.
“O mercado enxerga uma Usiminas � venda em raz�o das mudan�as no quadro societ�rio, entre outros motivos”, afirma Daniella Maia, analista de siderurgia da Ativa Corretora. Ela destaca que “a CSN tem maior capacidade financeira para suportar a compra da Usiminas, por�m os benef�cios de integra��o com a Gerdau v�o al�m de simples sinergias de custo”. O mercado estima que a Usiminas tem mais de R$ 40 bilh�es em caixa para investimentos. Especula-se, ainda, sobre a aquisi��o da sider�rgica mineira pela Gerdau, j� que a fus�o criaria o maior conglomerado de a�os planos e longos. “N�o esperamos ver nenhum movimento at� abril de 2012”, pondera Maia. O governo de Minas Gerais teria entrado na defesa da Gerdau, que tem o seu maior complexo, a A�ominas, em Ouro Branco, Regi�o Central do estado. Portanto, seriam grandes as chances de as instala��es da Usiminas se manterem como s�o hoje.
Minas quer manter sede
Dentro da Usiminas, no ch�o de f�brica, a torcida � para que a Gerdau, em vez da CSN, seja a compradora. Alguns funcion�rios acreditam que a Gerdau, por produzir a�os longos, seria complementar � Usiminas, destaque em a�os planos. Caso contr�rio, a sinergia com a CSN, que atua no mesmo campo, poderia significar demiss�es. O presidente de Pol�tica Econ�mica da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Gon�alves Fernandes, defende “uma posi��o focada na prote��o do capital, dos trabalhadores, e na garantia da perpetua��o da ind�stria de sucesso que a Usiminas construiu em Minas Gerais”. Para ele, a compra pela CSN pode significar risco de mudan�a da sede da c�pula de decis�o.
“A Gerdau, entretanto, � mais palat�vel para a Nippon”, diz o industrial. Ainda segundo Fernandes, mesmo que a CSN n�o alcance o controle, incomoda de qualquer forma. “Ampliando a sua participa��o, teria direito de assento no Conselho de Administra��o. Se isso acontecer, passa a conhecer as decis�es estrat�gicas do concorrente. S�o coisas pass�veis, mas que a economia de Minas n�o gostaria de ver”, afirma.
Embora a secret�ria de Desenvolvimento Econ�mico de Minas Gerais prefira n�o dar depoimento sobre o assunto, fonte ligada ao Estado afirma que o Executivo defende o poderio da Usiminas. O governo federal est� atento. Na segunda-feira passada, a Secretaria de Direito Econ�mico (SDE), vinculada ao Minist�rio da Justi�a, enviou notifica��es que pedem informa��es para Usiminas e CSN. As notifica��es podem acarretar em obriga��o das empresas emitirem comunicado � Secretaria de Acompanhamento Econ�mico (SEAE), vinculada � Fazenda, e ao Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade). Uma vez que os produtos da Gerdau s�o diferentes dos produzidos pela Usiminas, esse processo poderia ser descartado.
A CSN informou, por meio de nota, que “n�o tem fundamento a not�cia de que existe e se encontra pendente de resposta” proposta feita �s Camargo Corr�a e Votorantim. Avisou ainda que “est� atenta � necessidade de manter o mercado devidamente informado na eventualidade de haver desdobramentos relativos a tais aquisi��es”. Usiminas j� encaminhou comunicado ao mercado, esclarecendo que desconhece qualquer oferta. Camargo Corr�a e Votorantim disseram que n�o comentam rumores, assim como a Gerdau.
