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Estado de Minas

Alta do d�lar j� equivale a 40% da valoriza��o de 2008


postado em 23/09/2011 09:13 / atualizado em 23/09/2011 09:47

A perda do real frente ao d�lar desde o final de julho at� a manh� dessa quinta-feira j� representa cerca de 40% da magnitude da desvaloriza��o da moeda brasileira decorrente da crise financeira em 2008. Analistas e investidores internacionais, que classificam como "desordenada" a aprecia��o acelerada do d�lar nos �ltimos dias, n�o veem espa�o para recupera��o do c�mbio no curto prazo e n�o descartam a possibilidade de o governo brasileiro eliminar as medidas recentes de controle de capitais consideradas mais extremas, caso as interven��es do Banco Central n�o consigam segurar o tombo do real.

O d�lar j� subiu 27,73% frente ao real na compara��o da cota��o m�nima de 2011 de R$ 1,5290, no dia 26 de julho, at� ao patamar m�ximo deste ano de R$ 1,953, atingido na manh� de ontem. Da m�nima de R$ 1,5560 por d�lar em 1º de agosto de 2008, antes do colapso do banco americano Lehman Brothers, para o pico de R$ 2 62 em dezembro daquele ano, no auge da turbul�ncia mundial, o d�lar acumulou uma alta de 68,38% frente ao real. O que surpreendeu os analistas internacionais � que a barreira de R$ 1 92 por d�lar, atingida em maio do ano passado quando a crise da d�vida soberana da Gr�cia agravou-se, foi superada muito antes do projetado.

"Ainda h� uma elevada ansiedade dos investidores internacionais em rela��o � zona do euro e enquanto o pessimismo sobre a crise da d�vida soberana de pa�ses europeus persistir, n�o vejo como o real possa se recuperar no curto prazo, pois todos os ativos de riscos, como commodities e moedas e a��es de pa�ses emergentes, devem sofrer", disse � Ag�ncia Estado Win Thin, diretor de pesquisa para mercados emergentes da Brown Brothers Harriman em Nova York.

Na opini�o do estrategista-chefe para mercados emergentes da RBC Capital Markets em Toronto (Canad�), Nick Chamie, a desvaloriza��o do real est� sendo exacerbada pelas medidas de controle de capital adotada nos �ltimos meses pelo governo brasileiro. "O Brasil poder� relaxar as medidas mais extremas de controle cambial adotadas recentemente, como a taxa��o de 1% de IOF sobre o aumento de US$ 10 milh�es nas posi��es de derivativos", disse Chamie � Ag�ncia Estado. "O governo brasileiro exagerou nessa medida, o que, combinada com outras a��es adotadas nos �ltimos meses, contribuiu para deflagrar esse movimento forte do real". Para Chamie, as perdas da moeda brasileira s�o consistentes com a situa��o muito ruim de liquidez nos mercados financeiros globais atualmente.

Para Greg Lesko, diretor-gerente da Deltec Asset Management em Nova York, que t�m US$ 850 milh�es em ativos, dos quais quase US$ 200 milh�es investidos na Bovespa, o c�mbio desvalorizado diminui o apetite dos investidores estrangeiros de entrar comprando a��es na Bolsa brasileira, pois o retorno em d�lar das aplica��es fica significativamente reduzido. "Como investidor cuja base da carteira � em d�lar, o cen�rio atual (do c�mbio no Brasil) n�o � muito feliz para o valor dos meus pap�is brasileiros", disse Lesko.

Os dados sobre fluxo de capital externo divulgado ontem pela Bovespa corroboram o sentimento de Greg Lesko. O saldo de capital externo na Bovespa est� negativo em R$ 14,732 milh�es em setembro, at� o dia 20, �ltimo dado dispon�vel. � a primeira vez que os saques superam o ingresso de investimentos estrangeiros na Bolsa este m�s. A cifra � resultado de compras de R$ 26,843 bilh�es e vendas de R$ 26,858 bilh�es no per�odo. Somente no dia 20, os estrangeiros sacaram R$ 239,316 milh�es da Bovespa.

"O movimento do c�mbio no Brasil tem sido desordenado e as interven��es no mercado pelo Banco Central s�o para tentar injetar alguma ordem", afirmou o vice-presidente para mercados emergentes da MF Global, Michael Roche, baseado em Nova York. Para ele, o governo brasileiro n�o deve reverter completamente todas as medidas de controle de capital para n�o passar a impress�o de p�nico ao mercado nem arranhar sua credibilidade. "Reverter, neste momento, a taxa��o de IOF pode at� ser contraproducente, pois os investidores estrangeiros podem achar que, quando o real se recuperar, o governo poder� voltar com as medidas", disse Roche. Ele considera que a melhor a��o � continuar com as interven��es no mercado de c�mbio para estabilizar o c�mbio.

Para Roche, a desvaloriza��o forte do real poder� fazer com que o BC interrompa o ciclo de queda na taxa de juros iniciado na �ltima reuni�o do Copom, devido ao efeito sobre a infla��o da alta do d�lar. "O mercado tentar� saber qual � a avalia��o do BC sobre a magnitude de repasse ("pass-through") para os �ndices de infla��o da alta nos pre�os de importados em raz�o da desvaloriza��o cambial", afirmou.


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