A carga tribut�ria - rela��o entre arrecada��o de impostos e a produ��o econ�mica - deve fechar o ano em 36,5% do Produto Interno Bruto (PIB), calculam os economistas Jos� Roberto Afonso e Marcia Monteiro Matos no estudo "Term�metro Tribut�rio Brasileiro", conclu�do esta semana. Trata-se de um recorde. Pela mesma base de c�lculos, em 2010, quando a economia e a arrecada��o cresceram muito, a carga ficou em 35,16% em 2010. Em 2009, havia sido de 34,68% do PIB.
O recorde parece contradit�rio com o atual momento de esfriamento da economia, quando muitas empresas diminuem a produ��o, os ganhos e a arrecada��o de impostos. E vai na contram�o do discurso governamental, de cortar impostos para elevar a competitividade das empresas e reduzir a alta carga de tributos que pesa sobre os consumidores.
A alta da carga tribut�ria pode ser explicada em grande parte por um crescimento excepcional dos
No topo da lista, est� o setor financeiro (bancos, seguradoras e entidades de previd�ncia privada), que, sozinho, explicou 27,5% do ganho total de receita. O segundo setor que mais contribuiu, o de extra��o mineral, chegou a recolher na primeira metade deste ano o dobro do que fez no in�cio do ano passado, mostra o levantamento. Juntos, os dez setores cresceram 26%, contra 8% nos demais segmentos.
"Este desempenho t�o d�spar da arrecada��o federal refletiria uma economia dual: um lado cresce em ritmo chin�s, outro cresce em padr�o latino tradicional", diz o trabalho. Excetuando-se o grupo dos "dez mais", a grande maioria dos contribuintes teve crescimento de receita em torno de metade da expans�o geral.
"O que est� puxando a carga tribut�ria em 2011 � a receita federal cl�ssica. Mas n�o � uma coisa homog�nea, igualmente distribu�da na economia", diz Afonso, especialista em finan�as e economista do BNDES. O "term�metro tribut�rio" foi elaborado com base em estat�sticas de arrecada��o, at� agosto, divulgadas pela Receita, pela Previd�ncia e pelo Confaz, e no acompanhamento do PIB pelo Banco Central.