Os bancos mudaram de estrat�gia no c�mbio. Ap�s 17 meses de aposta no fortalecimento do real, a crise inverteu o norte dos neg�cios e passou a prevalecer o entendimento de que agora o d�lar � que vai ganhar for�a em rela��o � moeda brasileira. Diante da expectativa de as cota��es seguirem em alta, as institui��es financeiras j� t�m US$ 1,29 bilh�o em caixa na chamada posi��o “comprada” e ter�o lucro se o d�lar subir. O mesmo aconteceu no mercado futuro, o que explica a disparada do pre�o da moeda nas �ltimas semanas.
Apesar dessa revers�o, a entrada de d�lares no Brasil continuou em setembro. Dados divulgados pelo Banco Central revelam que US$ 8,48 bilh�es ingressaram no m�s passado pela m�o dos exportadores, o que compensou a sa�da vista em opera��es como a remessa de lucros por multinacionais. Mesmo com a entrada desse dinheiro, o pre�o da moeda subiu porque a procura pela moeda � maior que a oferta, especialmente no mercado futuro.
Para migrar, investidores tiveram de se desfazer de aplica��es em pa�ses como o Brasil. No mercado nacional, al�m da venda de a��es e t�tulos de renda fixa, tamb�m foram desfeitas as apostas no mercado futuro de que o real teria f�lego para continuar forte. “Tivemos uma completa revers�o de estrat�gia dos estrangeiros, especialmente no mercado futuro o que naturalmente gerou press�o sobre o pre�o da moeda”, diz o economista-chefe do Esp�rito Santo Investment Bank, Jankiel Santos.
Durante essa migra��o maci�a e, ao mesmo tempo, sem ningu�m querendo apostar no real, o BC precisou intervir em 21 de setembro com opera��o que equivale � venda de d�lares no mercado futuro. Desde ent�o, realizou tr�s novas opera��es desse tipo.
A disparada do d�lar em setembro beneficiou exportadores que trouxeram US$ 8,75 bilh�es no m�s passado. O valor foi mais que suficiente para cobrir a sa�da de US$ 274 milh�es gerada por opera��es como a remessa de lucros e dividendos feita por multinacionais instaladas no Brasil. A entrada desses d�lares, por�m, n�o foi forte o suficiente para anular a press�o de alta vinda do mercado futuro que tem pautado o rumo das cota��es no Pa�s.
Al�m de tornar produtos brasileiros mais competitivos no exterior, o c�mbio elevado tem incentivado empresas a trazer ao Brasil d�lares obtidos com exporta��es e que estavam em contas no exterior � espera de uma cota��o melhor. Levantamentos n�o oficiais da equipe econ�mica diziam que, em meados de setembro, exportadores teriam entre US$ 20 bilh�es e US$ 90 bilh�es em contas no exterior.