A crise econ�mica internacional estar� entre os temas que a presidenta Dilma Rousseff discutir� durante reuni�o com os chefes de Estado dos tr�s pa�ses do Ibas (grupo que re�ne Brasil, �ndia e �frica do Sul). Durante o encontro, que ocorrer� em Pret�ria, capital administrativa da �frica do Sul, amanh�, Dilma, o primeiro-ministro da �ndia, Manmohan Singh e o anfitri�o, o presidente sul-africano, Jacob Zuma, tentar�o chegar a uma posi��o unificada para ser levada � reuni�o da c�pula do G20, que ocorrer� em Cannes, na Fran�a, nos pr�ximos dias 3 e 4 de novembro.
"O assunto principal ser� a crise. Infelizmente, o tema � inescap�vel diante das dimens�es desta crise", comentou a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, subsecret�ria-geral pol�tica do Minist�rio de Rela��es Exteriores (MRE). "Uma coisa que certamente os tr�s chefes de estado discutir�o � o que cada um est� fazendo internamente para fazer frente ao turbulento cen�rio internacional. A mensagem que ser� levada ao G-20 � de preocupa��o. Os pa�ses querem que a Europa encontre logo um caminho", destacou.
A 5ª C�pula do Ibas ocorre em um ambiente ainda mais tenso no cen�rio internacional devido ao medo de desacelera��o da economia chinesa, principal parceiro comercial do Brasil e importante parceiro dos outros dois pa�ses. O medo de que a contra��o da economia mundial atinja a China chegou a ser citado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na �ltima semana, ap�s reuni�o de coordena��o pol�tica do governo.
Um desafio a ser vencido, na opini�o da embaixadora, ser� a tend�ncia mundial de ado��o de medidas protecionistas. Embora ela reconhe�a a necessidade das medidas tomadas pelo governo, como o aumento de tributos no Brasil sobre os autom�veis importados, a embaixadora alerta para essa tend�ncia. "A medida tomada sobre os autom�veis � leg�tima, mas h� uma tend�ncia dos pa�ses a procurarem formas de se protegerem. Mas isso pode agravar ainda mais o problema", destacou.
O Ibas foi criado em 2003 com o objetivo maior de coopera��o entre as tr�s maiores democracias da Am�rica do Sul, �frica e �sia. Al�m do regime democr�tico, os tr�s pa�ses apresentam situa��o econ�mica semelhante e problemas comuns decorrentes da r�pida industrializa��o e do crescimento de suas cidades.
Conhecida como coopera��o Sul-Sul, os pa�ses v�m se esfor�ando para criar uma agenda pr�pria de discuss�es que incluem temas como ci�ncia e tecnologia, educa��o, agricultura, sociedade e informa��o, defesa, assentamentos humanos, meio ambiente e clima, transportes, gera��o de energia, desenvolvimento social e experi�ncias em administra��o p�blica.
Outra caracter�stica do Ibas � a defesa comum de reformas nas institui��es multilaterais, incluindo a redistribui��o de cotas do Fundo Monet�rio Internacional (FMI). Os tr�s emergentes multiplicaram suas trocas comerciais ap�s a cria��o do grupo. Em 2003, o comercio entre �ndia, Brasil e �frica do Sul somava US$ 3,3 bilh�es. Em 2008, os governos estabeleceram uma meta de chegar em 2010 com um com�rcio de R$ 15 bilh�es.
A meta foi superada e os pa�ses chegaram em 2010 com um com�rcio envolvendo a cifra de US$ 17,5 bilh�es no ano passado. A meta do grupo agora � atingir US$ 30 bilh�es em trocas comerciais em 2015. O mercado consumidor da �ndia, com propor��es chinesas, e do Brasil, s�o trunfos, na opini�o da embaixadora, para que esse objetivo seja atingido.