O governo argentino come�ou a aplicar nesta segunda-feira duros controles no mercado de c�mbio destinados a frear a sa�da de capitais, que acumula no ano cerca de 22 bilh�es de d�lares, segundo o Banco Ciudad.
"� importante que aqueles que t�m suas contas em ordem mantenham a tranquilidade, as tentativas de gerar histeria coletiva s�o mal intencionadas", escreveu em sua conta do Twitter o ministro da Economia e vice-presidente eleito, Amado Boudou.
A entidade arrecadadora fiscal Afip mobilizou inspetores nas 4.400 sucursais banc�rias e 300 casas de c�mbio, al�m de montar um dispositivo de regula��o inform�tica da compra de moedas.
"Aquele que demonstrar renda pode comprar d�lares. Apontamos a origem dos fundos, n�o o destino", afirmou � imprensa Boudou, que assumir� junto com a presidente Cristina Kirchner o segundo mandato em 10 de dezembro.
Menos de 10 dias depois da vit�ria eleitoral de Kirchner com quase 54% dos votos, a press�o cambial que se arrastava nos �ltimos meses aumentou, em um mercado que espera uma desvaloriza��o, segundo analistas.
Sturzenegger disse que "o governo come�a a mover o d�lar mais em linha com a infla��o ou queda da infla��o". A pol�tica de tipo de c�mbio administrado com tend�ncia a desvalorizar a moeda ocorre desde 2003, quando foi iniciada a "era kirchnerista", com a presid�ncia de N�stor Kirchner, marido da presidente, j� morto.
"N�o haver� sobressaltos, a flutua��o administrada vai continuar como nos �ltimos oito anos", declarou Boudou. At� agora no ano, a fuga de capitais atingiu 22 bilh�es de d�lares, perto do recorde de 23 bilh�es de d�lares atingido em 2008, em plena crise mundial e greve dos ruralistas, segundo o Banco Ciudad.
A Argentina receber� este ano quase 25 bilh�es de d�lares pela liquida��o das exporta��es de gr�os e alimentos, segundo a Bolsa de Com�rcio de Ros�rio, o maior p�lo agroindustrial do pa�s.
"Estou de acordo com a maioria das medidas. Na Argentina, qualquer pessoa com dinheiro faz neg�cios com a compra e venda de d�lares", afirmou � r�dio El Mundo o economista Aldo Pignanelli, ex-presidente do banco central.
Mas Pignanelli expressou seu "temor de que isso possa chegar a se constituir apenas em um impedimento para que os argentinos de classe m�dia e m�dia baixa possam economizar em d�lares. Que n�o seja uma ca�a �s bruxas".
As reservas do banco central sofreram uma sangria de 3,7 bilh�es de d�lares em outubro, segundo cifras oficiais, e ficaram em 47,6 bilh�es de d�lares, volume mais que suficiente para garantir a base monet�ria (dinheiro em circula��o).
Os argentinos poupam em d�lares h� d�cadas e inclusive as opera��es imobili�rias s�o realizadas em moeda americana em esp�cie, apesar de os contratos serem registrados no pre�o equivalente em pesos.
Cerca de 150 bilh�es de d�lares de argentinos est�o depositados em contas de institui��es de pa�ses desenvolvidos ou para�sos fiscais, segundo o Informe Fiscal e Monet�rio elaborado periodicamente pelo banco central.
A bateria de medidas para frear a fuga de d�lares incluiu na semana passada a obriga��o a empresas de minera��o e petroleiras de liquidar suas exporta��es no banco central, como fazem regularmente os agroexportadores.
Outra resolu��o do governo destinada a recuperar moedas foi decretar que as empresas seguradoras repatriem fundos investidos no exterior. Com as duas medidas, o governo tenta fazer com que cerca de 6 bilh�es de d�lares anuais passem pela autoridade monet�ria.