Os desequil�brios globais entre padr�es diferentes de poupan�a e consumo, que se refletem nos balan�os de pagamentos das grandes zonas econ�micas, formam o pano de fundo da crise econ�mica iniciada em 2008 e que ainda gera tantas incertezas nos dias de hoje. Principalmente quanto ao ritmo da recupera��o da atividade produtiva na Europa e nos Estados Unidos.
O diagn�stico foi feito hoje pelo diretor de Normas e Organiza��o do Sistema Financeiro (Dinor) do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, na instala��o do 2º Col�quio Internacional Poupan�a, Investimento e Moeda no Brasil: Perspectivas Franco-Brasileiras, que se estende at� amanh� e conta com a participa��o de autoridades financeiras de cinco pa�ses.
Awazu ressaltou que o col�quio ganha relev�ncia no contexto atual de “grandes complexidades e desafios para a economia global” e que o compartilhamento de perspectivas internacionais sobre o financiamento sustent�vel do crescimento � fundamental para a identifica��o de estrat�gias voltadas � recupera��o da atividade econ�mica.
Na an�lise do diretor do BC, o ciclo de crescimento global pr�-crise tinha fragilidades estruturais, como excessos de consumo e poupan�a, que necessitavam de reformas para o reequil�brio do setor, de maneira coordenada em todas as zonas da economia global. Mas as mudan�as n�o vieram a tempo, segundo ele, e o excesso de consumo at� exacerbou-se, ativado pelo cr�dito e pela intermedia��o financeira.
A situa��o revelou vulnerabilidades nos bancos, excesso de endividamento das empresas e das fam�lias, al�m da combina��o de fatores conjunturais nos EUA e na Europa, que tornaram o ambiente econ�mico internacional “especialmente vol�til e complexo”, com impacto negativo na confian�a dos agentes econ�micos, nas perspectivas de crescimento de economias maduras e na repercuss�o em economias emergentes.
Ele salientou, contudo, a “relativa tranquilidade” com que a economia brasileira e o sistema financeiro nacional (SFN) t�m atravessado as turbul�ncias do mercado mundial. Reflexo, segundo ele, da “solidez dos resultados do nosso arcabou�o macroecon�mico e de sua capacidade de rea��o r�pida a eventos de crise”, por causa da profunda transforma��o implantada no pa�s h� mais de uma d�cada, firmada no trip� de um regime de metas de infla��o, c�mbio flutuante e consolida��o fiscal. A isso, Awazu acrescentou o quadro de “regula��o prudencial” do sistema financeiro local mais rigoroso que na maioria dos pa�ses.