Um passo atr�s em 2011 para ganhar f�lego em 2012. Com muita calma, o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central (BC) joga aos poucos a curva de juros para baixo. A decis�o tomada na �ltima reuni�o do ano, divulgada ontem, baixou pela terceira vez seguida a taxa b�sica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, encerrando 2011 em 11% ante a abertura em 10,75%. Com o corte, devolve todo o aumento promovido nos sete primeiros meses do ano.
A decis�o era esperada pelo mercado e, segundo o economista chefe da corretora Gradual, Andre Perfeito, o Copom “acertou mais do que a m�dia do mercado ao compreender a gravidade do momento econ�mico na Europa. Hoje h� poucos economistas que n�o reconhe�am o movimento do BC como correto”. No in�cio do ano, a expectativa mediana do mercado era de que a Selic fechasse 2011 em 12,5%, nem de perto do valor agora consensual de 11%, de acordo com o Boletim Focus, pesquisa realizada com cerca de uma centena de especialistas e publicada pelo pr�prio BC. Para 2012 a proje��o est� em 10%.
Pelo sistema de metas de infla��o, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pr�-estabelecidas. Neste momento, a autoridade monet�ria j� est� nivelando a taxa de juros para atingir a meta do ano que vem. Para 2011 e 2012, a meta central de infla��o � de 4,5%, com um intervalo de toler�ncia de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Assim, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja descumprida. Sempre que esse limite corre o risco de ser ultrapassado, o BC eleva o juro para tentar inibir o consumo e, com isso, diminuir a press�o de alta sobre os pre�os.
Repercuss�o O corte tamb�m foi bem-visto pela ind�stria e pelo com�rcio. “Os cortes aliviam o peso dos juros dos empr�stimos, tanto para o lojista quanto para o consumidor. E com o Natal se aproximando, o �ndice de consumo tende a crescer gradativamente at� a data”, afirmou o presidente da C�mara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH), Bruno Falci. Ele criticou o patamar ainda elevado e disse esperar que em 2012 os juros caiam para um d�gito. “A queda da Selic estimula o consumo das fam�lias e o investimento das empresas, j� que facilita as condi��es de cr�dito e diminui o montante gasto com juros, quando se toma um empr�stimo. Com o cr�dito mais dispon�vel e com uma parcela menor da renda comprometida com o pagamento da d�vida, a tend�ncia � que tenhamos boas vendas”, justificou.
Para Olavo Machado J�nior, presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a decis�o � acertada no momento em que se agrava a crise nos pa�ses desenvolvidos. “A ind�stria este ano tem apresentado p�ssimos resultados de crescimento, em boa parte gra�as ao cen�rio macroecon�mico atual. A acelera��o no processo de redu��o da taxa de juros representa um dos caminhos necess�rios e urgente para estimular o consumo interno e reduzir o custo do capital de giro das empresas. O Banco Central deve permanecer nessa trajet�ria”, disse.