A quase totalidade (94,4%) dos grandes clientes que fazem uso das ferrovias brasileiras para escoar produtos como min�rios, a��car e gr�os tem interesse em investir, de alguma forma, em obras ferrovi�rias como ramais particulares e terminais multimodais. Essa foi uma das constata��es da Pesquisa CNT de Ferrovias 2011, divulgada nesta quinta-feira pela Confedera��o Nacional do Transporte (CNT).
“Este � um dado positivo que chamou a nossa aten��o: mais de 94% dos nossos clientes t�m interesse de fazer investimentos em obras ferrovi�rias para melhorar as condi��es de escoamento [da produ��o]”, disse o presidente da Associa��o Nacional dos Transportadores Ferrovi�rios (ANTF), Rodrigo Vila�a.
A infraestrutura dos terminais das ferrovias existentes foi considerada adequada por 52,3% dos clientes, enquanto os servi�os foram considerados insuficientes por 45,6%. Apesar disso, diz a pesquisa da CNT, o tempo de carga e descarga no terminal da ferrovia foi considerado satisfat�rio para 75,2% e 77,4% dos usu�rios, respectivamente.
Pouco mais da metade (56,3%) classificaram como “bom” os aspectos de seguran�a e integridade das cargas. Para 48,3%, a seguran�a melhorou nos �ltimos anos, enquanto 39,7% avaliaram que a situa��o permaneceu igual nesse quesito. Entre os principais entraves apontados pela pesquisa, a CNT destacou a falta de disponibilidade de vag�es especializados, citado por 33,3% dos clientes; a confiabilidade dos prazos, segundo 31,1% deles; e o alto custo do frete, para 39,4% da clientela.
“No Brasil, o [menor custo do] transporte rodovi�rio acaba distorcendo o pre�o de mercado. Isso tende a ser corrigido no futuro, quando dever�o ser colocadas limita��es para o transporte [de produtos] pelo meio rodovi�rio”, disse Vila�a.
Boa parte da demanda prevista para os pr�ximos anos tem origem na chamada “nova fronteira agr�cola brasileira”, localizada no cerrado brasileiro. “Como s�o novas �reas onde agricultura e commodities agr�colas e minerais t�m as suas descobertas, essa produtividade vai aumentar. Mas j� estamos com mais vag�es, locomotivas potentes, maior carregamento e produtividade e portos que proporcionar�o alternativas log�sticas para o usu�rio e para a redu��o dos seus custos”, completou o presidente da ANTF.
Vila�a disse, ainda, que h� “�timas perspectivas” para o transporte de passageiros. “Na medida em que a malha cresce, se moderniza, e se apresenta fisicamente mais adequada, voc� consegue imprimir mais velocidade. E, para viabilizar [esse tipo de transporte] para passageiros, ser� necess�ria uma velocidade entre 80 e 100 quil�metros por hora”.
A amostra da pesquisa da CNT � formada pelos clientes mais significativos das dez principais mercadorias transportadas em cada corredor ferrovi�rios. Para a pesquisa, foram feitas 132 entrevistas entre outubro e novembro de 2011.