O excesso de oferta de produtos manufaturados no mercado mundial e a baixa demanda dever�o contribuir para a retra��o da atividade industrial brasileira em 2012. A avalia��o � do chefe do Departamento Econ�mico da Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), Fl�vio Castelo Branco. Segundo ele, esse quadro vai continuar influenciando o aumento de importa��es pelo Brasil, o que � um fator desfavor�vel para a ind�stria nacional.
Castelo Branco reconheceu que, em vista dos baixos resultados verificados na economia brasileira no ano passado, especialmente no segundo semestre, o governo tomou medidas pontuais na pol�tica monet�ria, como a redu��o da taxa b�sica de juros, a Selic, e na pol�tica financeira. Ao mesmo tempo, foi promovida uma desonera��o em favor de cadeias produtivas e na �rea de bens de capital. Mas, para o economista, os impactos s� v�o aparecer a m�dio prazo.
O representante da CNI estima que s�o necess�rias "medidas, de matura��o mais r�pida, na �rea do cr�dito, para criar melhores condi��es para os produtores brasileiros". Tudo isso apesar do que j� foi decidido pelo governo, inclusive no que diz respeito a medidas macroprudenciais, na �rea do cr�dito ao consumidor e na abertura de algumas linhas de financiamento dentro do Plano Brasil Maior.
O economista arrisca prever que, em vista do cen�rio internacional de crise, na Europa e nos Estados Unidos, o ritmo na atividade da ind�stria poder� come�ar a melhorar s� depois do segundo semestre de 2012. "O come�o do ano � sempre caracterizado por respostas em rela��o ao desempenho dos setores de atividade no final do ano, e os n�meros ainda n�o est�o fechados. Algumas �reas do setor varejista tiveram crescimento de vendas n�o muito fortes no final do ano, tendo havido em alguns casos, at� algumas frustra��es em alguns segmentos".
A necessidade de reposi��o de estoques faz com que as empresas trabalhem para supri-los a partir de janeiro, mas isso dever� acontecer de forma moderada, segundo ele. Castelo Branco lembrou que a ind�stria sempre cresce abaixo do Produto Interno Bruto (PIB), que, pelas estimativas do pr�prio governo, dever� ficar em torno de 3% em 2012. Para e economista, esse �ndice "� baixo para os padr�es e as necessidades da economia brasileira".
Na opini�o de Castelo Branco, o novo valor do sal�rio m�nimo, que come�ar� a ser pago no in�cio de fevereiro, dever� servir de impulso � economia no in�cio do ano, j� que a corre��o serve de par�metro para o aumento de outros rendimentos.