O cons�rcio Norte Energia, respons�vel pela constru��o da Usina Hidrel�trica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), informou hoje que iniciou uma nova etapa nas obras da usina, com a constru��o de uma ensecadeira na margem esquerda do Xingu.
A estrutura desvia uma parte do rio para que as m�quinas trabalhem em uma �rea seca. A ensecadeira est� sendo constru�da no S�tio Pimental, um dos tr�s canteiros de obra do empreendimento que vai abrigar a casa de for�a complementar da usina.
Segundo o cons�rcio, a obra no leito do rio est� de acordo com as diretrizes da Licen�a de Instala��o emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama) em junho de 2011. No entanto, um grupo de ind�genas Arara, que vivem na regi�o da usina, denunciou hoje ao Minist�rio P�blico Federal (MPF) no Par� a mudan�a nas condi��es da �gua, que est� ficando barrenta por causa das obras da ensecadeira. Os �ndios argumentam que dependem da �gua do Xingu para beber e cozinhar.
“A comunidade ind�gena est� preocupada com a qualidade da �gua do Rio Xingu, pois n�o possu�mos po�o e utilizamos a �gua do Xingu para beber e cozinhar. A �gua j� est� barrenta e os ind�genas j� est�o ingerindo essa �gua”, diz o documento assinado pelas lideran�as Arara e entregue ao MPF.
Em nota, o cons�rcio reconhece que est� havendo lan�amento de sedimentos na �gua, mas diz que o problema � tempor�rio. “� natural que uma pequena parte da terra seja carreada pelo rio nesta fase da constru��o da ensecadeira. Isto ser� eliminado, nos pr�ximos dias, com a conclus�o dessa ensecadeira”.
Os ind�genas pedem “provid�ncias urgentes e imediatas para garantir a qualidade da �gua consumida pela aldeia”. O MPF quer que o Ibama e a Ag�ncia Nacional de �guas (ANA) enviem equipes ao local para uma vistoria urgente e an�lise da qualidade da �gua que chega �s aldeias.
As interven��es no leito do Rio Xingu para as obras de Belo Monte ficaram suspensas entre setembro e dezembro de 2011 por uma liminar concedida pelo juiz federal Carlos Eduardo Castro Martins, da 9ª Vara Federal no Par�. Em setembro, o magistrado acolheu uma a��o da Associa��o dos Criadores e Exportadores de Peixes Ornamentais de Altamira (Acepoat), que argumentou que o desvio do rio para constru��o da barragem pode prejudicar cerca de mil fam�lias que dependem da pesca. Em dezembro, o juiz voltou atr�s de sua pr�pria decis�o e suspendeu a liminar, autorizando a retomada das obras.