O governo de Mario Monti prev� adotar nesta sexta-feira um ambicioso plano para liberalizar a economia, destinado a suprimir obst�culos que freiam o crescimento do pa�s, atingido pela crise da d�vida, mas as corpora��es afetadas est�o em p� de guerra.
O conselho de ministros, que deve autorizar este plano, come�ou sua reuni�o �s 10H00 GMT (08H00 de Bras�lia).
Depois da ado��o, no fim de dezembro, de um novo plano de austeridade, Monti iniciou a "fase 2" com estas liberaliza��es em uma tentativa de reativar a economia do pa�s, que entrou em recess�o.
T�xis, farm�cias, transportes p�blicos locais, distribuidores de gasolina, de g�s, profissionais liberais. Os setores que ser�o mais abertos � concorr�ncia por estas medidas ser�o muito numerosos.
Segundo os primeiros detalhes divulgados pela imprensa, o plano prev� o aumento do n�mero das licen�as de t�xi e do n�mero de farm�cias, a liberdade de escolha dos fornecedores para alguns postos de gasolina ou a aboli��o das tarifas m�nimas de advogados ou not�rios.
Para fazer com que os pre�os do g�s diminuam mediante o refor�o da concorr�ncia, o governo espera obrigar o gigante da energia ENI a ceder sua rede de transporte ao Snam Rete Gas.
Tamb�m ressaltou a necessidade de "reduzir as prote��es" das quais se beneficia "cada categoria na It�lia, mais que em outros pa�ses", e que beneficiam "os que est�o na cidadela em rela��o aos que n�o est�o".
"A economia italiana est� muito bloqueada, e liberalizar os principais setores pode elevar o potencial de crescimento a 2%", enquanto o crescimento do PIB anual n�o superou 1% de m�dia dos dez �ltimos anos, considerou para a AFP o economista Giuliano Nico, professor do MIP, a escola de com�rcio da Universidade Polit�cnica de Mil�o.
A associa��o de consumidores Adiconsum calculou que a queda dos pre�os provocada pela inevit�vel abertura � concorr�ncia de muitos setores significar� para as fam�lias italianas uma economia de mais de mil euros por ano.
Mas as corpora��es mais atingidas est�o em p� de guerra contra estas medidas.
Os taxistas multiplicaram nos �ltimos dias as greves e, apesar das concess�es obtidas pelos sindicatos, v�o continuar os protestos.
"Endividei-me por trinta anos para pagar minha licen�a", justifica um taxista de Mil�o para explicar sua frontal oposi��o ao aumento do n�mero de t�xis no mercado.
A organiza��o de farmac�uticos Federfarma n�o excluiu formas "extremas de protesto".
Agora Monti precisar� submeter seu plano ao Parlamento, onde estas corpora��es contam com grandes apoios.
O jornal econ�mico Il Sole 24 Ore, que fala sobre um dia hist�rico, felicita Monti por sua "valentia", mas ressalta que agora ser� necess�rio "o s�lido apoio do Parlamento".
Al�m das liberaliza��es, outra prioridade de Monti � a reforma do mercado de trabalho, outro assunto muito sens�vel sobre o qual o governo convocou uma mesa-redonda para segunda-feira.