Empres�rios brasileiros preocupados com a ado��o de novas medidas protecionistas pela Argentina ir�o marcar uma audi�ncia com a presidente do pa�s vizinho, Cristina Kirchner, na �ltima semana de janeiro, assim que ela se recuperar de uma cirurgia para a retirada da gl�ndula tireoide. Segundo o presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, o grupo tentar� uma solu��o amig�vel para a retirada da Resolu��o nº 3252 da Administra��o Federal de Ingressos P�blicos (AFIP, a Receita Federal da Argentina), em troca de alternativas que mantenham o super�vit comercial do pa�s vizinho em torno de US$ 11 bilh�es. As novas medidas decretadas pelo governo argentino podem, segundo estimativas da consultoria Abeceb.com, afetar 79% das exporta��es brasileiras para aquele pa�s.
Em entrevista coletiva hoje, ap�s reuni�o com representante de setores da ind�stria paulista e sindicatos, Skaf afirmou que o objetivo dos empres�rios � buscar uma solu��o que seja ben�fica para os dois pa�ses, sem precisar recorrer a �rg�os de com�rcio internacional. De acordo com ele, recorrer � Organiza��o Mundial de Com�rcio (OMC), por exemplo, significaria um tempo muito longo para conseguir a libera��o de mercadorias paradas na fronteira. "Uma briga assim n�o seria bom nem para as empresas brasileiras nem para os consumidores argentinos, que necessitam das mercadorias", afirmou.
Skaf sugeriu, por exemplo, que o pa�s vizinho utilizasse seus estaleiros para a constru��o de navios que empresas brasileiras necessitam, sobretudo a Petrobras. Em troca, seriam retiradas as exig�ncias de declara��es obrigat�rias para a importa��o de produtos brasileiros. "A Argentina poderia exportar produtos de alto valor, como navios que tanto a Petrobras precisa, e, com os estaleiros deles, que est�o quase parados. Ficaria bom tanto para a Argentina, que manteria seu super�vit comercial, quanto para o Brasil", afirmou.
O objetivo da Argentina ao editar a resolu��o � manter o super�vit do pa�s no com�rcio internacional, que, no ano passado foi de quase US$ 11 bilh�es. O com�rcio bilateral entre Brasil e Argentina somou no ano passado US$ 39,6 bilh�es, com um super�vit para o Brasil de US$ 5,8 bilh�es - US$ 22,7 bilh�es em exporta��es e US$ 16,9 bilh�es em importa��es.
O presidente da Fiesp disse que as medidas adotadas pela Argentina, que entrar�o em vigor em 1º de fevereiro, representam mais um golpe dentro do Mercosul. De acordo com ele, os pa�ses do bloco comercial deveriam unir for�as para enfrentar a entrada de produtos asi�ticos. "Em vez de bater cabe�a com um ou com outro, dever�amos sentar � mesa de negocia��es, como Mercosul, e discutir dumping e pirataria de terceiros pa�ses." Skaf n�o deixou de manifestar indigna��o com a atitude da Argentina. "Todos os anos tem um problema com a Argentina, esse � mais um", completou.