A taxa de desemprego deve continuar a cair ao longo de 2012, mas numa velocidade menor que a dos �ltimos anos, avalia o economista do Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese), S�rgio Mendon�a.
Segundo ele, isso deve ocorrer porque o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer por volta de 3%, o que manteria o ritmo de expans�o da ocupa��o em cerca de 1% a 1,5% em 12 meses, em um mercado de trabalho que j� est� apertado. "Eu diria que estamos em um cen�rio de pequena queda do desemprego", afirmou, sem arriscar um n�mero.
Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) divulgou que a taxa de desemprego m�dia nas seis principais regi�es metropolitanas do Pa�s em 2011 ficou em 6%, menor n�vel da s�rie, iniciada em mar�o de 2002.
Para Mendon�a, a taxa de desemprego neste ano deve ter um comportamento semelhante ao registrado em 2011. "Apesar da desacelera��o da economia, ainda tivemos uma forte gera��o de empregos formais. A taxa n�o se reduziu na mesma velocidade de 2010, mas continuou caindo, o que foi, de certa forma, surpreendente, mais positivo do que esper�vamos", afirmou.
Servi�oes e com�rcio em alta
Entre os setores, os servi�os e o com�rcio devem continuar a apresentar um comportamento positivo em termos de ocupa��o, influenciados pelo crescimento da renda, principalmente pelo aumento do sal�rio m�nimo, de 14,13%, para R$ 622.
Mesmo a ind�stria, destaca Mendon�a, pode vislumbrar um cen�rio mais favor�vel em rela��o a 2011, devido � desvaloriza��o do c�mbio nos �ltimos meses. "A ind�stria j� fez um ajuste no emprego em 2011 e pode registrar um crescimento pequeno nas contrata��es, menor que o de outros setores. A desvaloriza��o do c�mbio pode ser um fator estimulador, que mitiga um pouco as dificuldades da ind�stria", afirmou.
O emprego na constru��o civil tamb�m deve apresentar um desempenho favor�vel, destaca Mendon�a, devido � proximidade da Copa do Mundo de 2014 e � inten��o do governo de gastar mais em obras do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) neste ano em rela��o a 2011.
Pleno emprego
Mas, para Mendon�a, n�o � poss�vel afirmar que o Pa�s j� vive numa situa��o de pleno emprego. Segundo ele, embora cada pa�s tenha uma situa��o pr�pria, para que houvesse pleno emprego, a taxa de desemprego teria que estar abaixo dos 4%. Ele citou, como exemplo, os Estados Unidos, que, nos anos 1990, chegaram a taxas de 3,7%. A Dinamarca, de acordo com Mendon�a, chegou a registrar um desemprego de 0,7% no in�cio dos anos 1970.
O economista lembrou ainda que a taxa medida pelo Seade/Dieese � maior que a do IBGE, pois considera o desemprego oculto pelo trabalho prec�rio (bicos, por exemplo) e pelo desalento (pessoas que procuraram emprego por mais de 12 meses e que desistiram no m�s de refer�ncia).
Segundo Mendon�a, embora em S�o Paulo o porcentual de desempregados por desalento j� n�o tenha mais signific�ncia estat�stica, isso n�o ocorreu em outras regi�es do Pa�s - a pesquisa do Seade/Dieese � feita tamb�m em Belo Horizonte, Distrito Federal, Fortaleza, Porto Alegre, Recife e Salvador.
"Em S�o Paulo, o desemprego oculto por trabalho prec�rio caiu muito, e o desemprego oculto por desalento, que nos piores momentos da s�rie chegou a 2%, hoje est� inferior a 0,5%. Mas isso n�o aconteceu em todas as regi�es", disse. Esse � um dos principais motivos que explica o fato de a taxa do Seade/Dieese sempre ser maior que a do IBGE. Em novembro, a taxa ficou em 9 7%, enquanto a do IBGE, no mesmo m�s, ficou em 5,2%. H� tamb�m diferen�a entre as regi�es analisadas: o IBGE n�o acompanha Fortaleza e analisa o Rio, em vez do Distrito Federal.
"Na s�rie do Seade/Dieese, estamos, em termos num�ricos, mais distantes do pleno emprego que o IBGE. De qualquer forma, a tend�ncia � a mesma", disse. Mendon�a lembrou que, em 2003, a taxa de desemprego m�dio do IBGE era de 12,4% e, em 2011, caiu pela metade, a 6%. O desemprego do Seade/Dieese teve o mesmo comportamento: era de 20,8% em 2003 e caiu para 11,9% em 2010.
O que � evidente, ressalta Mendon�a, � a diminui��o do ritmo de queda do desemprego se comparado a anos anteriores. Na s�rie do Seade/Dieese, o desemprego, que era de 20,8% em 2003, caiu para 19,6% em 2004; 17,9% em 2005; 16,8% em 2006; 15,5% em 2007; 14 1% em 2008; 14% em 2009; e 11,9% em 2010.