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Estado de Minas

Empresas mineiras se estabelecem na �frica

A �frica � um dos continentes mais abertos a neg�cios de brasileiros


postado em 30/01/2012 07:13

De Ipatinga, no Vale do A�o mineiro, para Mo�ambique, na costa leste da �frica, as exporta��es de uniformes profissionais da Provest Uniformes poderiam ter dado um passo maior do que as pernas da f�brica erguida no come�o dos anos 1980, n�o fosse o aporte de mais de R$ 7 milh�es na amplia��o da produ��o e moderniza��o de equipamentos nos �ltimos tr�s anos.

No mesmo rastro, a Geosol, especializada em servi�os de sondagem de minerais, abriu uma subsidi�ria na Guin�, costa oeste africana, e planeja oferecer seus servi�os na Nam�bia, Z�mbia e Senegal, se aproveitando do crescente n�mero de consultas da ind�stria mineral. Em comum, as duas empresas trilham o caminho de fornecedores mineiros de grandes mineradoras e construtoras que redescobrem antigas col�nias portuguesas na �frica �vidas por investimentos dos brasileiros.

Com o fim da guerra civil em 1992, Mo�ambique surge como promessa para empresas brasileiras e, particularmente, as de Minas, que se tornou sede da C�mara de Com�rcio, Ind�stria e Agropecu�ria Brasil/Mo�ambique. Em busca da reconstru��o, o pa�s tem aplicado recursos em infraestrutura de rodovias e pontes, telecomunica��es, energia e habita��o, observa o diretor-executivo da c�mara, Rodrigo Oliveira. “N�o prospectamos mais empresas interessadas em investir no pa�s. Elas � que v�m � c�mara em busca de informa��es e apoio para fazer neg�cios em Mo�ambique”, afirma o executivo.

O pa�s de 20,3 milh�es de habitantes cresceu 8,3% em 2010, oitava maior taxa no mundo, com um Produto Interno Bruto (o PIB � o conjunto da produ��o de bens e servi�os) de US$ 9,9 bilh�es. As exporta��es brasileiras para Mo�ambique somaram US$ 40,3 milh�es naquele ano, de acordo com os �ltimos dados dispon�veis. J� atuam na na��o africana grupos como a Vale e as construtoras Carmargo Corr�a e Odebrecht. A mineradora or�ou recursos de US$ 1,658 bilh�o, dos quais US$ 422 milh�es aplicados em 2011, para bancar o projeto Moatize, reserva com capacidade de produzir 11 milh�es de toneladas de carv�o metal�rgico e t�rmico po ano. A etapa seguinte ter� nova mina destinada a dobrar a produ��o.

Para viabilizar a infraestrutura de Moatize, a Vale adquiriu o controle da Sociedade de Desenvolvimento do Corredor do Norte, respons�vel pela concess�o do porto de Nacala e de uma ferrovia de 872 quil�metros. Na Guin�, a companhia pretende desembolsar US$ 1,134 bilh�o no projeto Simandou, com capacidade para produzir 50 milh�es de toneladas de min�rio de ferro por ano. A experi�ncia adquirida pela Geosol, sediada em Belo Horizonte, na sondagem mineral em �reas remotas, como a floresta amaz�nica, foi como um passaporte para atender grandes minera��es na �frica, como as �reas da Vale.

A Geosol Guin� foi constitu�da em 2008 e o pa�s j� se transformou no segundo mercado da empresa no exterior, informa o diretor administrativo, de suprimentos e comercial, Dalmo Pereira. “Sempre chegamos na frente de todo mundo, como uma esp�cie de desbravadores, para viabilizar ou n�o uma reserva mineral”, conta. A primeira incurs�o da Geosol no continente foi 20 anos atr�s, no antigo Zaire, atendendo grandes companhias. A unidade guineense n�o s� ganhou prioridade em neg�cios como tamb�m uma fatia de investimentos equivalente a cerca de 30% das aplica��es no Brasil. Diante das frequentes consultas de mineradoras com interesse na �frica, a Geosol estuda a possibilidade de atuar em outras na��es do continente, entre elas a Lib�ria, Z�mbia, Nam�bia e Senegal.

Depois de se transformar num dos maiores fornecedores de uniformes profissionais do Brasil, a Provest Uniformes, de Ipatinga, seguiu a Vale at� Mo�ambique e se animou a buscar novas oportunidades a partir de Maputo, a capital, revela o propriet�rio da empresa mineira, Luciano Ara�jo. “� um mercado interessante, mas n�o podemos desprezar a quest�o cambial (a valoriza��o do real frente ao d�lar), que encarece os nossos produtos l� fora. O ideal � atuar em parceria com multinacionais brasileiras”, afirma o industrial. Em apenas um ano de fornecimento de uniformes aos empregados da Vale em Mo�ambique, o pa�s passou a representar 2,2% do faturamento da Provest, que foi de R$ 31,5 milh�es em 2010. A expectativa de Ara�jo � ampliar essa fatia para 5%, atendendo mais clientes. A produ��o total em Ipatinga saiu de 400 mil pe�as anuais em 2007 para 1,100 milh�o por ano.



Maioria de Minas nas miss�es

Empresas mineiras ou com sede em Minas t�m sido as mais ass�duas nas miss�es para discuss�o de neg�cios em Mo�ambique e lideram a procura de informa��es sobre como investir no pa�s, de acordo com Rodrigo Oliveira, diretor-executivo da C�mara de Com�rcio, Ind�stria e Agropecu�ria Brasil/Mo�ambique. “Nossa primeira miss�o desembarcou no pa�s em 2008. Fazemos cerca de 10 viagens por ano ao pa�s”, afirma. No circuito mais recente, realizado em novembro, a institui��o levou 100 empres�rios, dos quais um quarto de mineiros.

Est� prevista mais uma miss�o integrada por 30 empresas para meados de abril, com enfoque em investimentos na agropecu�ria. “H� possibilidades de neg�cio em praticamente todas as �reas, com o crescimento de Mo�ambique”, diz o diretor da c�mara de com�rcio e ind�stria. As afinidades decorrentes da l�ngua portuguesa, idioma falado no pa�s, aproximaram a consultoria mineira de gest�o empresarial Verde Ghaia do mercado de Mo�ambique. “Temos um produto que monitora as legisla��es aplic�veis aos empreendimentos industriais, com aten��o especial a crit�rios como meio ambiente, sa�de e seguran�a do trabalho”, explica Ta�s Ude de Souza, gerente de Rela��es Internacionais da empresa que presta o servi�o para a unidade da Vale instalada no pa�s africano.

Outra marca de Minas que decidiu apostar na reconstru��o de Mo�ambique � a Itatiaia M�veis, criada h� 47 anos em Ub�, na Zona da Mata. A f�brica, que tem capacidade de produzir 14 mil arm�rios de a�o por dia, em m�dia, exporta seis cont�ineres por ano � na��o africana, volume ainda pequeno para suas pretens�es. “Trabalhamos com um cliente importante que nos auxilia na distribui��o dos m�veis”, diz a gerente de exporta��o da empresa, Jussara Civardi.

H� mais um indicador das necessidades impostas pelo crescimento de Mo�ambique est� na contrata��o do trabalho de treinamento de m�o de obra para a ind�stria. Toda a qualifica��o dos empregados da Vale foi encomendada � unidade mineira do Servi�o Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-MG). Foram treinados 780 trabalhadores numa escola montada em parceria com a Vale na localidade de Tete, distante 1,5 mil quil�metros da capital Maputo, informa Edmar Alc�ntara, gerente de educa��o profissional do Senai-MG. (Colaborou Frederico Bottrel)


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