Os governos do Brasil e do M�xico decidiram renegociar alguns pontos do acordo automotivo. Atualmente, o com�rcio bilateral no setor est� desequilibrado, s� beneficiando os mexicanos. O assunto foi discutido nesta sexta-feira por telefone entre a presidenta Dilma Rousseff e o colega mexicano Felipe Calder�n. A conversa, que ocorreu por iniciativa do governo mexicano, foi acompanhada pelos ministros do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio, Fernando Pimentel, e das Rela��es Exteriores, Ant�nio Patriota.
“Vamos come�ar um processo de negocia��o dos termos do acordo j� na semana que vem. No momento atual, o acordo n�o � equilibrado, ele � desequilibrado contra o Brasil. Foi uma conversa produtiva, o presidente Calder�n manifestou total abertura em rever os termos do acordo”, disse Pimentel.
Por causa das perdas, o Brasil cogitava utilizar a cl�usula de sa�da prevista na negocia��o, o que, na pr�tica, significaria o fim do acordo. “Levantamos a possibilidade da cl�usula de sa�da caso n�o se chegasse, n�o se chegue a um bom termo, mas estamos certos de que vai haver. E hoje, com a conversa com o presidente Calder�n, isso ficou muito claro. O M�xico tem enorme interesse em manter o acordo e admite a revis�o das condi��es”, avaliou Pimentel.
As negocia��es ser�o conduzidas pelo Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio e pelo Minist�rio das Rela��es Exteriores e os equivalentes mexicanos e devem come�ar na pr�xima semana com a vinda de representantes mexicanos ao Brasil. A expectativa � que os dois pa�ses resolvam a quest�o at� o fim de fevereiro.

“Existe disposi��o em se chegar a um entendimento. Houve uma reafirma��o de ambas as partes de engajamento em uma rela��o muito pr�xima pol�tica e economicamente entre os dois pa�ses”, acrescentou Patriota.
Firmado em 2002, o acordo permite as importa��es de autom�veis, pe�as e partes de ve�culos do M�xico com redu��o de impostos, mas s� vale para ve�culos de passeio. Uma das mudan�as que o Brasil dever� sugerir na revis�o do acordo � a inclus�o de outras categorias, o que poderia diminuir o desequil�brio para a balan�a comercial brasileira, segundo Pimentel.
“Queremos aumentar o conte�do regional na produ��o dos ve�culos, tanto no M�xico como no Brasil, e aumentar o escopo do acordo, de forma que n�o seja apenas para autom�veis de passeio, como � hoje. Que inclua tamb�m caminh�es, �nibus e utilit�rios, o que poderia melhorar o saldo, que hoje � totalmente negativo para o Brasil”.