Embora sem causar grandes preju�zos �s opera��es de embarque e desembarque de cargas, a paralisa��o de parte dos trabalhadores dos portos administrados pela Uni�o provocou lentid�o nas opera��es, principalmente das �reas administrativas que cuidam, por exemplo, da libera��o de documentos.
Organizada pela Federa��o Nacional dos Portu�rios e deflagrada �s 7h, a greve de 24 horas � a forma encontrada pela categoria para exigir do governo federal uma solu��o para o Portus, o fundo de previd�ncia complementar dos empregados das companhias Docas de todo o pa�s e de algumas administradoras portu�rias estaduais e municipais. Os portu�rios tamb�m reivindicam a conclus�o das negocia��es salariais iniciadas no ano passado e a consequente assinatura do acordo coletivo de trabalho nos estados em que isso ainda n�o ocorreu.
Os portos mais afetados pela paralisa��o tempor�ria foram os capixabas. Segundo a Companhia Docas do Esp�rito Santo (Codesa), al�m da paralisa��o de boa parte dos funcion�rios administrativos da companhia, os avulsos, que n�o tem v�nculo empregat�cio com companhia, aderiram ao movimento paralisando as opera��es nos portos de Vit�ria e Barra do Riacho.
Em Santos (SP), onde est� o maior porto da Am�rica Latina, os empregados da Companhia Docas do Estado de S�o Paulo (Codesp) resolveram n�o participar da paralisa��o. Os portu�rios santistas promoveram um ato p�blico diante da sede da Codesp, cobrando solu��es para o saneamento das contas do Portus e a assinatura do acordo coletivo de trabalho, cuja negocia��o est� sub judice.
Na Bahia, a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba) informou que a mobiliza��o tamb�m se limitou a manifesta��es em frente � sede da empresa, respons�vel pela administra��o dos portos de Salvador, Ilh�us e Aratu. J� o presidente do Sindicato Unificado dos Trabalhadores nos Servi�os Portu�rios da Bahia (Suport), Ulisses Souza Oliveira J�nior, garente que cerca de 85% dos trabalhadores baianos aderiram � paralisa��o de 24 horas.
“Estamos falando dos que trabalham no setor administrativo. O reflexo disso � a maior demora nos procedimentos administrativos, como a libera��o de documentos [relativos ao desembara�o de cargas]”, disse Oliveira J�nior � Ag�ncia Brasil. Ele explicou que o embarque e o desembarque de mercadorias s� n�o foi mais afetado por ser feito por empregados dos pr�prios terminais portu�rios ou trabalhadores avulsos, que n�o fazem parte do movimento. Ainda assim, o sindicalista garante que os portu�rios avulsos, estivadores, arrumadores, vigias e conferentes de carga (que n�o tem v�nculo empregat�cio com a Codeba) apoiam o movimento.
A Companhia Docas do Rio de Janeiro tamb�m garante que as opera��es est�o transcorrendo normalmente e que, at� o momento, nenhuma anormalidade foi registrada. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Servi�os Portu�rios dos Portos do Estado do Rio de Janeiro, Sergio Magalh�es Giannetto, contudo, informou que, de manh�, a atraca��o de navios e o embarque e desembarque de cargas foram afetados e que o reflexo ser� percept�vel quando o volume das opera��es di�rias for divulgado.
Respons�vel pelo movimento, a Federa��o Nacional dos Portu�rios garante que a paralisa��o atingiu, em diferentes graus, os portos de Bel�m, Santar�m e Vila dos Condes, no Par�, e os da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern): Natal, Macei� e o Terminal Salineiro de Areia Branca. Segundo o presidente da federa��o, Eduardo Lirio Guterra, � dif�cil obter a ades�o de todos os trabalhadores de Santos e do Rio de Janeiro em fun��o do tamanho desses portos.
“As empresas nunca v�o admitir que os trabalhadores fizeram um movimento vitorioso. Nossa mensagem, contudo, foi passada � sociedade e, s� por isso, o resultado j� � positivo. � necess�rio que os governos aceitem se sentar � mesa e negociar com a categoria”, disse Guterra, frisando que, at� o momento, nenhum outro setor do governo federal al�m da Secretaria Especial de Portos demonstrou disposi��o para negociar com a categoria.
Uma reuni�o das lideran�as sindicais, marcada para os dias 15 e 16, discutir� a possibilidade de convocva��o de uma greve por tempo indeterminado a partir do dia 23. A Ag�ncia Brasil procurou a Federa��o Nacional das Ag�ncias de Navega��o Mar�tima (Fenamar) e a Associa��o Brasileira dos Terminais Portu�rios (ABTP) para apurar a extens�o dos preju�zos causados pela paralisa��o, mas as duas entidades ainda est�o levantando dados.