A exemplo da Copa do Mundo e dos Jogos Ol�mpicos, o carnaval � considerado uma oportunidade de gera��o de neg�cios, emprego e renda no Brasil, disse o superintendente da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econ�mico do Rio de Janeiro (Sedeis), Luiz Carlos Prestes Filho.
“O carnaval vai trazer este ano 850 mil turistas e vai movimentar cerca de US$ 628 milh�es no estado", informou. Isso significar� um incremento de 12% em rela��o ao resultado registrado no ano passado. Para mostrar a import�ncia do carnaval, Prestes lembrou que para a Copa de 2014 est� prevista a entrada no pa�s de 700 mil visitantes.
“Se a Fifa [Federa��o Internacional de Futebol] e o COI [Comit� Ol�mpico Internacional] fazem da Copa e das Olimp�adas o seu grande neg�cio, acho que nada mais normal a prefeitura e o governo do estado encararem o carnaval como um evento important�ssimo dentro do contexto da ind�stria de entretenimento”, observou.
Entre os segmentos que faturam com o evento, Prestes destacou as �reas de turismo, transporte, de fabrica��o de instrumentos musicais, audiovisual e r�dio, da ind�stria gr�fica e editorial, de teatro, empresas de eventos, al�m dos setores de hospedagem, gastronomia e da ind�stria de bebidas. “S�o setores que faturam e movimentam o dinheiro na cidade”.
Autor do estudo Cadeia Produtiva da Economia do Carnaval, o superintendente destacou a cria��o de empregos tempor�rios no per�odo. Pesquisa do Minist�rio do Trabalho mostra que o carnaval responde pela gera��o, durante o ano, de 250 mil empregos tempor�rios no estado. Na regi�o da Saara (Sociedade de Amigos das Adjac�ncias da Rua da Alf�ndega), maior shopping a c�u aberto da Am�rica Latina, localizado no centro da capital fluminense, grande parte dos comerciantes tem no carnaval o seu maior faturamento anual e amplia o quadro de funcion�rios extras.
Nas escolas de samba, profissionais de diversas �reas, como marceneiros, serralheiros e costureiras, trabalham praticamente o ano inteiro, organizando a infraestrutura da escola para o desfile.
O superintendente chamou a aten��o para a import�ncia dos n�cleos produtivos de carnaval, localizados em munic�pios do interior, que sobrevivem trabalhando para o evento durante todo o ano e t�m como principal atividade a confec��o e o bordado. Um desses n�cleos est� na cidade de Barra Mansa, no sul do estado.
“Mais de 700 bordadeiras produzem 39 milh�es de pe�as de bordado para escolas de samba do Rio e de S�o Paulo. Oitenta por cento da produ��o do polo de bordado de Barra Mansa s�o para atender a escolas de S�o Paulo e do Rio. Os 20% excedentes j� est�o sendo enviados para escolas de samba no Jap�o, na Inglaterra, Fran�a, em Portugal e nos Estados Unidos”, informou.
Este ano, o carnaval do Rio comemora 80 anos do primeiro desfile, realizado em 1932. Ao contr�rio daquela �poca, quando poucas pessoas participavam, as escolas hoje t�m cerca de 5 mil integrantes. “� outra realidade”. Esse carnaval-espet�culo requer profissionais especializados, como engenheiros el�tricos, devido � exig�ncia de laudo do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) para liberar a escola na avenida. “Estamos falando de seguran�a do trabalho”, acrescentou Prestes.
O governo do estado e a prefeitura do Rio estimulam as escolas de acesso ou dos grupos C, D e E, cujos or�amentos oscilam entre R$ 10 mil e R$ 70 mil por ano, enquanto as grandes agremia��es t�m or�amentos que superam, muitas vezes, os US$ 7 milh�es. O superintendente convidou a popula��o e os turistas a assistirem ao carnaval dessas pequenas escolas do sub�rbio, que s�o desfiles gratuitos e com seguran�a. “� carnaval das comunidades que merece ser visto”, disse.