O inflacionado segmento de servi�os vai ganhar mais um empurr�o. O governo federal regulamentou a linha de cr�dito, com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS), para compra de materiais de constru��o. O cr�dito � �til para quem planeja come�ar a reforma, ampliar a casa e tamb�m melhorar sistemas para consumo de �gua e energia. A medida deve impulsionar a produ��o de mat�rias-primas e o varejo, mas tamb�m pressionar a demanda no disputado mercado dos prestadores de servi�os.
Com a nova linha de cr�dito, a Associa��o do Com�rcio de Materias de Constru��o (Acomac-MG) j� estima que o crescimento do setor, inicialmente previsto para 6% alcance 9% em 2012. A resolu��o do governo vai atingir principalmente a classe m�dia, propriet�ria de im�veis com valores de at� R$ 500 mil, e n�o exige limite de renda. O cr�dito � de at� R$ 20 mil por pessoa, com taxa de juros de 12% ao ano e prazo de pagamento de at� 120 meses. Segundo pesquisa do Conselho Curador do FGTS, a taxa m�dia praticada nas institui��es financeiras varia entre 23% e 56% ao ano. A preocupa��o � de que o f�lego extra ao segmento esquente a demanda j� pressionada do setor de servi�os, como pedreiros, pintores e marcineiros.
A expectativa � de que os valores comecem a ser liberados em 30 dias. Em um primeiro momento ser�o R$ 300 milh�es que podem chegar a R$ 1 bilh�o. De fato, a linha de cr�dito deve animar milhares de brasileiros, como o professor Alexandre Utsch, a iniciar uma reforma. Ele pretende fechar a varanda de sua casa, trocar o piso e reformular a cozinha. “Se realmente tiver taxas subsidiadas pelo FGTS, a medida � positiva porque contribui tamb�m para injetar recursos na economia”, comentou Alexandre, que j� planeja ser um dos candidatos � linha de cr�dito.
Efeito positivo O presidente da Acomac-MG, Rui Fid�lis J�nior, comentou que o financiamento para material de constru��o vai permitir que o consumidor reduza seu endividamento. “Os recursos v�o contribuir para levantar o consumo, que foi freado nos �ltimos meses.”
Miguel Jos� de Oliveira, vice-presidente da Associa��o Nacional dos Executivos de Finan�as (Anefac), aponta que melhor seria se o consumidor pudesse sacar os recursos definindo ele pr�prio onde utiliz�-los. Ainda assim, o especialista destaca que a linha de cr�dito traz a boa combina��o de juros baixos com prazos longos e deve gerar uma competi��o entre os bancos. “O produto pode entrar em choque com linhas de alguns bancos, mas resta �s institui��es emprestar e ganhar alguma coisa ou n�o conceder o cr�dito e n�o ganhar nada.” O financiamento deve competir com produtos como o Construcard, da Caixa Econ�mica Federal, que exige um im�vel como garantia.
O cr�dito pode ser contratado tamb�m para constru��o, instala��o de hidr�metros de medi��o individual e de sistemas de aquecimento solar. A consultora do Sindicato da Ind�stria da Constru��o Civil (Sinduiscon-MG) Henriqueta Arantes aponta que o governo deve atingir seu objetivo de reciclar im�veis para o melhor aproveitamento de �gua e energia. “O alvo � apopula��o de renda m�dia, porque a de baixa renda j� conta com linhas espec�ficas de cr�dito”, lembrou a especialista. A Regi�o Sudeste vai levar 42,5% dos recursos, seguida pelas regi�es Nordeste (28,2%), Sul (11,2%), Norte (9,68%) e Centro-Oeste (8,37%).