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Estado de Minas NO CORA��O DOS ALPES MINEIROS

Clima de Extrema, no p� da Serra da Mantiqueira, atraiu tradicionais ind�strias de chocolates


postado em 12/02/2012 07:33 / atualizado em 12/02/2012 07:51

Extrema – Quem n�o conhece Extrema, no Sul de Minas, pode at� achar estranho, mas a cidade mineira mais pr�xima da divisa com o estado de S�o Paulo lembra um pedacinho da Su��a ou da B�lgica. Afinal, l� est�o a Barry Callebaut e a Kopenhagen, especializadas em chocolates, produto s�mbolo dos dois pa�ses europeus. A cidade ainda abriga uma unidade da Bauducco voltada para a produ��o de biscoitos recheados. Juntos, os tr�s empreendimentos empregam cerca de 2 mil pessoas. Em �poca de grande demanda, como P�scoa e Natal, o n�mero sobe pelo menos 30%, pois mais de 600 oper�rios, segundo estimativa da administra��o municipal, s�o contratados em regime tempor�rio. O clima da cidade, no sop� da Serra da Mantiqueira, favorece o manuseio do chocolate.

O Grupo CRM, dono das marcas Kopenhagen, Brasil Cacau e Dan Top, ergueu uma f�brica entre as montanhas de Extrema em agosto de 2010. A unidade ocupa uma �rea de 31 mil metros quadrados e demandou aporte, naquele ano, de R$ 100 milh�es. Os pouco mais de 800 funcion�rios do local s�o respons�veis pela produ��o de todos os chocolates, balas e confeitos do grupo.

(foto: Patricia Renno/EM/D. A Press)
(foto: Patricia Renno/EM/D. A Press)

Um dos colaboradores da f�brica � o mato-grossense S�rgio Gon�alves, de 32 anos. Ele � operador de produ��o e mora em Pedra Bela, cidade do interior paulista a cerca de 30 quil�metros de Extrema. “Costumo vir trabalhar no �nibus (fretado pela empresa). A viagem dura em torno de 40 minutos. �s vezes, como aconteceu hoje, venho de moto. Cheguei � regi�o para ajudar um amigo num trabalho. Gostei tanto daqui que decidi ficar. N�o foi dif�cil conseguir esse emprego, pois o mercado de trabalho est� aquecido na regi�o. Recebo cerca de R$ 2 mil e estou satisfeito”, comemora o rapaz.

Perto da f�brica da Kopenhagen, no lado oposto da Rodovia Fern�o Dias, funciona uma unidade da belga Barry Callebaut. A empresa, que tamb�m precisa recorrer � m�o de obra de cidades vizinhas, investiu R$ 28 milh�es no projeto. O recurso garante o emprego de 300 homens e mulheres na f�brica, considerada a maior produtora de chocolates como mat�ria-prima do planeta. A f�brica, que se destaca no alto de um morro, foi inaugurada em maio de 2010.

J� a Bauducco, fundada em S�o Paulo por um imigrante italiano, foi a pioneira do setor de alimentos em Extrema. Em 2000, a empresa inaugurou sua unidade no local. O empreendimento, respons�vel pela produ��o dos chamados recheados e de outras guloseimas, � a maior entre as cinco f�bricas do grupo (as outras quatro est�o em S�o Paulo). A Bauducco est� construindo, ainda em Extrema, um centro de distribui��o que deve ser conclu�do em abril.

A jovem Maiara Lopes, de 21 anos, moradora do munic�pio de Vargem (SP), � uma das cerca de 900 pessoas que trabalham na Bauducco. “Deixei emprego de secret�ria, na minha cidade, para ocupar uma vaga na linha de produ��o”, conta a garota, enquanto se prepara para mais uma jornada de trabalho. Ela acorda antes de o sol nascer, pois n�o pode perder o �nibus fretado pela empresa que a leva a Extrema, onde bate cart�o �s 6h. O esfor�o, garante, vale muito a pena.

“Meu sal�rio atual � aproximadamente 50% maior do que o do antigo emprego”, explica a jovem, que se prepara para prestar vestibular para administra��o de empresas. A disputa pela m�o de obra na regi�o levou algumas companhias a recorrer � popula��o de munic�pios que ficam a at� 100 quil�metros de Extrema.

Hot�is

Como muitos trabalhadores v�m de fora, a rede hoteleira da cidade tamb�m comemora.Na Pousada Varanda, metade dos leitos � ocupada por h�spedes que vieram trabalhar. “Temos interesse em construir outro hotel, num terreno j� nosso, perto daqui. A inten��o � aumentarmos o empreendimento para 100 leitos. H� mercado para isso”, avalia Geralda Luiza de Oliveira, s�cia da pousada, a poucos quarteir�es do Servi�o Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). L�, tamb�m funciona o balc�o de empregos mantido pela prefeitura e Sinmec.

A coordenadora de Recursos Humanos do �rg�o, Camila Carvalho, cita um n�mero para refor�ar os bons ventos a favor da economia de sua cidade: “Nos �ltimos tr�s anos, em m�dia, 600 pessoas foram contratadas a cada 12 meses com a ajuda do balc�o”. O n�mero real, no entanto, � muito maior. Isso porque o dado do balc�o da prefeitura n�o inclui as vagas preenchidas por outras oito ag�ncias de empregos que funcionam no munic�pio. De qualquer forma, a oferta de vagas refletiu no crescimento expressivo da popula��o de Extrema na �ltima d�cada, de 19,2 mil habitantes para 28,2 mil (aumento de 46,8%), conforme o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).

No rastro da explos�o populacional, veio o salto da frota de ve�culos, cuja estat�stica � importante em raz�o de ser um dos indicadores de aumento no poder aquisitivo das fam�lias de qualquer cidade brasileira. Em Extrema, a quantidade de carros, motos, caminh�es e �nibus subiu 160% nos �ltimos 10 anos, de 4,6 mil unidades, em 2001, para 12 mil em 2011, segundo o Departamento Nacional de Tr�nsito (Denatran). Por enquanto, a gera��o de empregos vem beneficiando a cidade. Resta saber se Extrema est� preparada para continuar crescendo.


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