Minas Gerais vem reduzindo os �ndices de pobreza e desigualdade em ritmo maior do que outros estados do Sudeste e do que a m�dia brasileira. No entanto, possui apenas 9,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do pa�s e 10,3% da popula��o. Os dados foram comentados pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea), M�rcio Pochmann, nesta segunda-feira, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
O estudo do Ipea mostra a evolu��o de 34 indicadores entre 2001 e 2009, nas �reas de demografia, previd�ncia social, pobreza e desigualdade, sa�de, seguridade, trabalho e renda, educa��o, cultura, saneamento e habita��o. � poss�vel comparar dados dos estados com as m�dias regional e nacional e descobrir, por exemplo, como est� a evolu��o de Minas Gerais em rela��o � renda domiciliar per capita, ao combate � mortalidade infantil, �s taxas de homic�dio e � remunera��o do trabalho.
De acordo com Pochmann, Minas apresenta a 9ª maior renda domiciliar do pa�s e a 8ª menor taxa de pobreza extrema entre os Estados. Tecnicamente, considera-se em extrema pobreza os que tinham renda per capita inferior a R$ 67,07 ao m�s, em setembro de 2009. Para anos anteriores, o valor � deflacionado segundo o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor (INPC). Em 2001, 9% da popula��o mineira estava nessa situa��o, �ndice reduzido para 3% em 2009. � uma queda bem superior � do Sudeste (que caiu de 5,6% para 2,3%) e � do Brasil (queda de 10,5% para 5,2%).
Transfer�ncia de renda
Na �ltima d�cada, a redu��o dos �ndices de pobreza e a melhora dos indicadores sociais ocorreram em todos os Estados, especialmente no meio rural. Para Pochmann, a amplia��o dos investimentos sociais e dos programas de transfer�ncia de renda explicam, em grande parte, esse quadro. Esses investimentos se transformaram em est�mulo ao crescimento econ�mico, em uma pol�tica que inverteu uma m�xima do ex-ministro Delfim Neto, de que era necess�rio primeiro fazer crescer o bolo para depois dividi-lo. Agora, a distribui��o vem antes e � condi��o para o crescimento. “� um novo modelo econ�mico implantado a partir de 2004. A distribui��o � fermento da amplia��o do mercado interno”, afirmou o presidente do Ipea.
No entanto, nem todos os dados divulgados pelo Ipea s�o positivos para Minas Gerais. Uma das quest�es mais preocupantes, segundo Pochmann, est� na �rea da seguran�a. Levando em conta dados da �rea da sa�de, o Instituto concluiu que, no Estado, a taxa de homic�dios de homens entre 15 e 29 anos subiu 74,7%, entre 2001 e 2009. No Sudeste, houve uma queda de 37%, enquanto a m�dia brasileira reduziu em 7%. O Instituto usa dados de causa da morte da �rea de sa�de para evitar as disparidades entre os �ndices governamentais da �rea de seguran�a. Esse �ndice de mortalidade � considerado um indicador importante da viol�ncia urbana, uma vez que os homic�dios relacionados ao tr�fico afetam mais os homens jovens.