O cancelamento de uma reuni�o de ministros das Finan�as da Eurozona sobre a Gr�cia prevista para acontecer nesta quarta-feira foi ressentido pelo governo grego que, apesar de acreditar que alguns de seus parceiros querem o pa�s longe, assegura que respeitar� as exig�ncias.
"� necess�rio dizer a verdade ao povo grego, existem v�rios (pa�ses da Eurozona) que n�o nos querem mais. Precisamos convenc�-los" de que a Gr�cia pode "renascer" e perdurar, declarou o ministro grego das Finan�as, Evangelos Venizelos, acrescentando que o "pa�s est� no fio da navalha".
Ele assegurou que as condi��es impostas pela Eurozona � Gr�cia "ser�o preenchidas" at� a teleconfer�ncia do Eurogrupo, prevista para as 16h00 GMT (14h00 de Bras�lia).
Os ministros das Finan�as da Eurozona devem se reunir em Bruxelas nesta quarta-feira � noite para analisar a resposta de Atenas �s exig�ncias em troca do desbloqueio de um plano de ajuda de 230 bilh�es de d�lares: 100 bilh�es de perd�o da d�vida pelos credores privados e 130 bilh�es em nova ajuda para os credores p�blicos.
Na ter�a-feira, o presidente da zona do euro, Jean-Claude Juncker, afirmou que as autoridades gregas n�o responderam e que, por isso, a decis�o sobre o novo plano de ajuda foi passada para segunda-feira, data da pr�xima reuni�o do grupo.
Os parceiros da Gr�cia esperam o detalhamento do plano de 325 milh�es de euros em cortes de gastos adicionais que s�o exigidos para o or�amento de 2012 do pa�s. Segundo a imprensa grega, parte desse montante vir� de uma redu��o de cerca de 10% dos sal�rios de regimes especiais (militares, policiais, ju�zes, diplomatas, acad�micos, etc ...) e outra, da redu��o do or�amento dos minist�rios, incluindo a Defesa.
Resta resolver um outro desacordo: manter o n�vel da d�vida p�blica grega reduzida a 120% at� 2020 ou permitir que ela alcance um n�vel mais elevado, por exemplo 125%.
O ministro alem�o das Finan�as Wolfgang Sch?uble repetiu nesta quarta-feira a disposi��o de seu pa�s em ajudar a Gr�cia, mas somente se o pa�s n�o for um "po�o sem fundo".
Mas Luxemburgo, quarto pa�s da Eurozona que mant�m a nota "triplo A" junto com Alemanha, Holanda e Finl�ndia, tamb�m manifestou sua impaci�ncia nos �ltimos dias.
Seu ministro das Finan�as, Luc Frieden, deu a entender que a Gr�cia pode ser exclu�da da zona do euro, caso n�o cumpra suas promessas de reformas e de reduzir o d�ficit p�blico.
O tempo � curto: a opera��o de troca da d�vida, que deve ser implementada por credores privados para perdoar deliberadamente 100 bilh�es de euros de d�vida grega, se receber sinal verde da Eurozona, deve durar v�rias semanas. A Gr�cia entrar� em default no dia 20 de mar�o caso n�o pague nesta mesma data 14,5 bilh�es de euros de d�vida.
Para uma pessoa ligada �s negocia��es, o pa�s vai "andar na linha", mas outro negociador acredita que os sucessivos adiamentos da tomada de decis�o sobre o desbloqueio da ajuda � preocupante. "Faz a gente pensar que queremos o calote sem dizer nada", segundo ele.
Venizelos pediu ao povo grego que lute contra a sa�da da Gr�cia da Eurozona, "um cen�rio de terror n�o apenas para a Gr�cia, mas para a economia global".
Caso isso aconte�a, "a margem de incerteza ser� grande, pois entraremos na espiral de eventos dif�ceis de controlar", reconheceu Altafaj, evocando "consequ�ncias sociais devastadoras" e consequ�ncias "graves" para a Eurozona e a UE.
No Parlamento europeu, o eurodeputado verde Daniel Cohn-Bendit atacou o "Taliban neoliberal vigente na Europa", acusando-os de agir "de maneira criminosa na Gr�cia atrav�s da imposi��o de medidas de austeridade cada vez mais fortes".