O aumento do sal�rio m�nimo, que passou de R$ 545 para R$ 622 em 1º de janeiro, n�o resultou em aumento do consumo e nem na quita��o de d�vidas. A suspeita da Confedera��o Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) � que esse dinheiro adicional no bolso do trabalhador foi usado no pagamento de impostos que cpme�am a ser cobrados no in�cio do ano, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
De acordo com a entidade, as vendas no varejo tiveram uma alta de 2,45% em fevereiro, na compara��o com fevereiro de 2011. A entidade tinha a expectativa de que esse aumento ficasse entre 3% e 3,5%. “Ficou bem abaixo. Por causa dos recursos oriundos do aumento do sal�rio m�nimo, esper�vamos 40% a mais do que o �ndice apresentado”, lamentou hoje o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro J�nior, ao divulgar o Indicador de Vendas e Inadimpl�ncia.
“N�s tivemos um sinal positivo em rela��o � inadimpl�ncia [alta de 0,97% em fevereiro, na compara��o com o mesmo m�s de 2011], mas o aumento das vendas e a recupera��o de d�bitos antigos dos consumidores ficaram aqu�m das nossas expectativas. Isso mostra que havia uma lacuna bastante grande dentro do or�amento dessas pessoas e que os recursos n�o foram dedicados ao consumo e � quita��o de d�vidas antigas”.
Segundo Pellizzaro J�nior, os n�meros mostram que a forte demanda reprimida nas classes de mais baixa renda j� est� perdendo for�a. “No momento em que se veem mais acomodadas e com seus desejos prim�rios de consumo satisfeitos, as pessoas come�am a esperar um pouco mais para fazer uma nova compra, na busca por pre�os e prazos mais favor�veis para adquirir determinado produto”, disse.
A tese de que esse dinheiro a mais, decorrente do aumento do sal�rio m�nimo, do nosso ponto de vista, foi para o pagamento dos tributos s� poder� ser comprovada depois de avaliados os n�meros de mar�o. “Se isso n�o acontecer, � sinal de que o aumento do sal�rio m�nimo n�o foi suficiente para se tornar uma grande alavanca para os n�meros [da economia} em 2012”, acrescentou o presidente da CNDL.
Os altos juros cobrados pelas operadores de cart�o de cr�dito no Brasil tamb�m t�m prejudicado as vendas. “O cr�dito rotativo no Brasil � muito diferente do que acontece no resto do mundo. Aqui, ele � emergencial e significa um passo muito pr�ximo � inadimpl�ncia, por ter juros muito altos que retiram a capacidade de pagamento do consumidor”, Segundo Pellizzaro J�nior, 30% dos brasileiros refinanciam d�vidas do cart�o pelo cr�dito rotativo. “�, a nosso ver, um �ndice muito alto”, alertou.