A defasagem dos pre�os dos combust�veis no mercado dom�stico em rela��o ao internacional vem aumentando dia a dia e caminha para a marca de 30%, dada a trajet�ria ascendente dos pre�os do petr�leo. Nos c�lculos da Votorantim Wealth Management & Services, considerando os pre�os da gasolina no exterior, hoje, a defasagem na ponta chegava a 27,6% e a 10,3% na m�dia m�vel de seis meses. O c�lculo teve por base o pre�o da gasolina no Golfo do M�xico. No caso do �leo diesel, a diferen�a chega a 36,8% e a 26,9% na m�dia de seis meses. A m�dia m�vel de seis meses � acompanhada mais de perto pela Petrobras para medir o descolamento dos pre�os, em linha com sua pol�tica de n�o repassar aumentos no curto prazo.
Em raz�o desse quadro, o economista-chefe da Votorantim WM&S, Fernando Fix, acredita que ser� inevit�vel que a Petrobras promova reajuste nos pre�os de seus combust�veis este ano. "Em algum momento, a empresa ter� de acompanhar o pre�o internacional para n�o precisar importar gasolina a pre�os mais altos, pois tem planos extremamente agressivos, por conta dos investimentos necess�rios para expandir o pr�-sal. A situa��o � complexa", afirmou. "Pode at� segurar no curto prazo, como vem sendo a pol�tica da empresa. Mas o problema perdura j� por um bom tempo", acrescentou o economista, que prev� aumento de 8,5% para o pre�o da gasolina nas refinarias este ano.
De acordo com seus estudos, o pre�o internacional ultrapassou o dom�stico em janeiro de 2011. "Em novembro, a companhia reajustou em 10%, mas o problema � que de l� para c� o pre�o (internacional) continuou subindo mais ainda", completou, "e a m�dia m�vel vai se elevando tamb�m na medida em que o pre�o do petr�leo se sustenta em patamares elevados".
Por parte do governo, o espa�o para desonera��es tribut�rias que possam aliviar o impacto de um eventual reajuste sobre o IPCA est� restrito. No ano passado, o governo reduziu a Contribui��o de Interven��o no Dom�nio Econ�mico (Cide) a ponto de neutralizar o impacto do aumento de 10% dos pre�os da gasolina. "Nosso cen�rio b�sico � que o governo vai usar um pouco do espa�o j� restrito para desonera��es - hoje a Cide � de 9 centavos por litro de gasolina", disse Fix. Na sua proje��o, o reajuste de 8,5% nas refinarias teria um impacto de 0,22 ponto porcentual sobre o IPCA, mas se a Cide for reduzida � metade, esse efeito ser� menor, de cerca de 0,10 ponto porcentual no IPCA de 2012.
Embora tenha um impacto menor sobre o IPCA, do ponto de vista da Petrobras, a defasagem do diesel � igualmente preocupante. "Mostra o desconforto da empresa, pois o diferencial � muito grande e impacta de maneira importante os custos", disse.
E enquanto o quadro externo se mostra menos grave, a perspectiva � de mais avan�o nos pre�os das commodities. "Na medida em que o cen�rio na Europa � menos dram�tico, h� menos riscos de ruptura, a tend�ncia � que os pre�os de commodities continuem valorizados. Para o petr�leo em espec�fico, h� ainda o problema do Ir�", citou.