O Sindicato dos Comerci�rios de S�o Paulo fez nesta quinta-feira uma manifesta��o em frente a uma loja da rede Pernambucanas, no centro da capital paulista. Segundo o presidente do sindicato, Ricardo Patah, o protesto objetivou chamar a aten��o da popula��o para as den�ncias de trabalho an�logo � escravid�o na cadeia produtiva da rede. “N�s temos esse compromisso, em toda e qualquer situa��o que aparenta situa��es graves como essa, de fazer manifesta��es para conscientizar a sociedade”, disse.
Como as Pernambucanas se recusaram a assinar um termo de ajuste de conduta (TAC), o Minist�rio P�blico do Trabalho (MPT) entrou, na semana passada, com uma a��o civil p�blica contra a empresa. De acordo com a autora da a��o, a procuradora Valdirene Silva de Assis, as investiga��es feitas, entre agosto de 2010 e mar�o de 2011, constataram o uso sistem�tico do trabalho an�logo � escravid�o pelos 200 fornecedores t�xteis das lojas.
Os fornecedores, de acordo com o MPT, contratam pequenas oficinas para confeccionar as roupas encomendadas pela rede. “Esse modo de produ��o � uma forma de tentar eximir o dono da cadeia produtiva da sua responsabilidade”, ressaltou o a procuradora. Nesses locais, os trabalhares, na maioria bolivianos, cumprem jornadas at� 16 horas [de trabalho], em condi��es insalubres, com pagamentos irris�rios. Na �ltima fiscaliza��o feita em uma dessas oficinas, 16 pessoas foram libertadas, incluindo dois adolescentes.
A rede Pernambucanas informou, por meio de nota, que j� adota uma s�rie de procedimentos para coibir pr�ticas irregulares de seus fornecedores. A empresa sustenta que tem “uma equipe interna de auditores que trabalham com dedica��o exclusiva na avalia��o das pr�ticas adotadas por seus fornecedores; nessa frente, tamb�m conta com servi�os de certifica��o de entidades reconhecidas nacional e internacionalmente”.
Segundo o comunicado, a rede deixou que a situa��o fosse levada a esfera judicial para “manter �ntegro o seu entendimento dos fatos”.