
Quatro ind�strias do setor metal mec�nico do Vale do A�o est�o se preparando para investir US$ 50 milh�es na montagem de um estaleiro - uma f�brica de navios - no munic�pio de Pelotas, no Rio Grande do Sul. O objetivo � fabricar e montar embarca��es com tamanho aproximado de 30 metros de largura por 100 metros de comprimento. Somente numa �rea � beira-mar � poss�vel viabilizar a fabrica��o e a montagem de equipamentos dessa dimens�o. A prefeitura de Pelotas e o Governo do Rio Grande do Sul (RS) oferecem �s empresas mineiras terreno gr�tis e isen��o praticamente total para Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS), PIS/Cofins e Imposto Territorial, Predial e Urbano (IPTU).
A expectativa � fechar o neg�cio entre os meses de junho e julho. O estaleiro pode ser constru�do em tr�s anos e, inicialmente, vai gerar entre 150 e 200 empregos diretos. At� quatro anos atr�s, essa guinada seria simplesmente imposs�vel de se imaginar. As empresas do Vale do A�o come�aram a diversificar suas atividades rumo ao setor naval e ao de g�s e petr�leo depois da crise de 2008, quando suas encomendas para o setor de minera��o e siderurgia, at� ent�o os �nicos clientes da ind�stria metal mec�nica da regi�o, ca�ram a n�veis preocupantes.
Hoje, em algumas das organiza��es de porte m�dio que j� atuam no novo segmento, 50% do faturamento s�o provenientes do setor naval e de �leo e g�s. Ailton Duarte � propriet�rio da CMI Montagem Industrial. Sua empresa entrou no setor naval prestando servi�os para a Usiminas. “Desde que as ind�strias da regi�o resolveram tentar atender o segmento, no Rio de Janeiro, deram in�cio � participa��o em feiras e eventos e, com isso, tamb�m abriram a oportunidade de se tornar fornecedoras das ind�strias de �leo e g�s.” Do ano passado para c�, de acordo com ele, o n�mero de empregados da CMI saiu de 130 para 250. “Tive que abrir uma unidade s� para atender o setor naval em Caratinga, munic�pio vizinho de Ipatinga”, disse Duarte. Nada menos do que 100% das atividades dessa nova planta da CMI est�o atendendo o setor naval.
“A prefeitura de Pelotas ofereceu uma �rea ao lado do porto do Rio Grande, que hoje � um polo naval e petrol�fero muito importante. O porto tem localiza��o estrat�gica. Fica perto do Paraguai, onde j� come�aram a descobrir petr�leo, e do Uruguai, que n�o tem ind�strias. Quem entrar no Sul do pa�s hoje ter� facilidade log�stica para exportar e explorar esses mercados”, observa Augusto C�sar de Barros Moreira, gestor do Arranjo Produtivo Local (APL) metal-mec�nico do Vale do A�o. Segundo ele, representantes da prefeitura e de empresas de Pelotas chegar�o a Minas no fim do m�s para continuar a negocia��o que levar� o empreendimento a ser concretizado.
CONS�RCIO A ideia, segundo ele, � formar um cons�rcio com quatro empresas que, at� agora, s�o fabricantes de componentes para navios. O tamanho da �rea oferecida pelo munic�pio de Pelotas – cerca de 300 mil metros quadrados – permite �s empresas montarem um estaleiro para fabricar navios que atender�o � ind�stria de petr�leo e g�s do Rio Grande do Sul. Para isso, no entanto, ser� necess�rio terminar um estudo de impacto ambiental j� iniciado no munic�pio, articular o financiamento necess�rio para fazer frente aos investimentos previstos e concluir um levantamento do mercado potencial da regi�o. “Pelotas est� buscando empresas capazes de construir navios em todo o Brasil. Temos um prazo para fazer um estudo da �rea e da viabilidade”, diz An�zio Tavares, diretor da Ata Ind�stria Mec�nica, que participou da comitiva de empres�rios que visitou a cidade no in�cio de mar�o.
Diante do volume de negocia��es que j� possuem e da possibilidade de fornecerem para a regi�o Nordeste, desde o ano passado os fabricantes de pe�as para navios no Vale do A�o j� estavam procurando �rea � beira-mar para montar um estaleiro no Rio de Janeiro. “O fornecimento de pe�as para navios l� � cont�nuo. As empresas contratadas no Rio j� t�m demanda para os pr�ximos 70 anos”, diz Moreira. Segundo ele, mesmo diante no novo interesse em Pelotas, as negocia��es iniciadas em territ�rio fluminense continuam em curso. “Continuamos procurando as �reas ali.”