O pior da turbul�ncia econ�mica que atingiu primeiramente os Estados Unidos e depois aterrissou na Europa j� passou. Pelo menos foi o que deu a entender a diretora-gerente do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), Christine Lagarde. Ontem, durante o F�rum de Desenvolvimento da China, ela afirmou que a economia mundial mostra “sinais de estabiliza��o”, apesar das dificuldades para enfrentar algumas “fragilidades”.
Segundo Lagarde, os �ltimos anos foram “extremamente dif�ceis em muitos lugares do mundo”. “E nos �ltimos meses, a situa��o era inclusive sombria”, refor�ou. Ela disse ainda que hoje h� novos sinais de estabiliza��o, que s�o as provas de que as pol�ticas aplicadas para conter as crises t�m dado frutos. “As condi��es dos mercados se distenderam e os indicadores econ�micos recentes come�am a melhorar, inclusive nos Estados Unidos”, explicou Lagarde.
O apoio � Gr�cia, renovado com o est�mulo do FMI e de seus s�cios europeus, tamb�m � visto pela diretora-gerente do FMI como avan�o importante. “Depois desse esfor�o coletivo, a economia mundial n�o est� mais � beira do precip�cio e temos raz�es para ser otimistas”, insistiu Lagarde. No entanto, ela disse ainda que ainda existem obst�culos a serem enfrentados. Fragilidade persistente dos sistemas financeiros, um endividamento p�blico e privado que continua sendo muito importante em muitas economias desenvolvidas ou pre�os do petr�leo muito elevados, s�o algumas dos pontos que merecem aten��o.
MOTOR CHIN�S Para Lagarde, a China deve “continuar reorientando os motores do crescimento econ�mico, os investimentos e as exporta��es para o consumo interno”, com o objetivo de compartilhar os frutos do crescimento. O vice-premier chin�s Li Keqiang, que para muitos analistas substituir� o atual primeiro-ministro Wen Jiabao no pr�ximo ano, insistiu na necessidade de reequilibrar o crescimento do gigante asi�tico para uma demanda interna maior. “Temos que utilizar projetos de ajuda social como vetores de crescimento”, declarou. A proposta tem o apoio do secret�rio-geral da Organiza��o para a Coopera��o e o Desenvolvimento Econ�micos (OCDE), Angel Gurr�a, para quem mais gastos sociais na China seriam bons para o crescimento porque a popula��o teria a tend�ncia de consumir mais.
Desacelera��o na China amea�a
“Depois do potencial impacto de uma piora na crise da Zona do Euro, a China passou a ser o segundo risco mais s�rio ao crescimento da Am�rica Latina”, disse Andrew Powell, principal consultor do departamento de pesquisa do BID e coordenador do estudo. Segundo ele, o trabalho mant�m como cen�rio base um crescimento da Am�rica Latina de 3,6% em 2012, com as economias do Brasil e do M�xico crescendo por volta dessa m�dia. Nesse cen�rio, a Europa evitaria uma crise, a China desaceleraria sua economia apenas moderadamente e os Estados Unidos n�o resvalariam para uma nova recess�o. “Ainda h� muitas incertezas em rela��o � economia mundial”, pondera.