O Banco Central estabeleceu para o mercado, depois das interven��es na semana passada, um novo piso para a taxa de c�mbio: R$ 1,80 por d�lar. A opini�o � do chefe de economia e estrat�gia para Brasil do Bank of America Merrill Lynch, David Beker. "H� at� algumas semanas, eu achava que o governo estava satisfeito com o c�mbio a R$ 1,70", disse Beker, em entrevista � Ag�ncia Estado, durante um dos encontros paralelos na reuni�o anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ontem, em Montevid�u. "Mas de acordo com o padr�o de interven��o recente do BC esse n�mero est� pr�ximo de R$ 1,80. Ali�s, (para o BC) um pouco acima de R$ 1,80 � bom, qualquer coisa abaixo n�o � aceit�vel, essa � a minha impress�o."
Apesar de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, j� ter deixado clara uma banda de flutua��o aceit�vel para o real entre R$ 1,70 e R$ 1,90, os leil�es de compra da moeda americana realizados pelo BC na quinta e sexta-feira passadas deram margem � interpreta��o de que o governo far� tudo ao seu alcance para n�o deixar o d�lar cair abaixo de R$ 1,80. "O mercado vai ficar com medo de testar esse piso porque tanto o Mantega quanto o BC est�o mostrando os dentes" para defender esse piso, ressaltou Beker.
No dia 12, o governo adotou mais uma medida na bateria recente de regras para desestimular a entrada de capital: elevou para at� cinco anos o prazo m�nimo para a isen��o da cobran�a do Imposto sobre Opera��es Financeiras (IOF) nas liquida��es de opera��es de c�mbio contratadas a partir daquele dia.
Em rela��o � �ltima ata do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), Beker considera que o piso para a redu��o dos juros b�sicos, ou a taxa Selic, de 9%, como foi interpretado pelo mercado, tamb�m n�o � um piso imut�vel. Para ele, os riscos externos ter�o um peso grande na decis�o do BC de ater-se a esse piso ou ampliar os cortes de juros para abaixo de 9%.
Segundo Beker, o maior risco externo � uma desacelera��o maior da economia dos Estados Unidos. Os economistas do banco projetam uma desacelera��o do PIB americano do patamar de 2% a 2,5% no primeiro semestre deste ano para 1% a 1,5%. "Se isso acontecer, a taxa Selic poderia cair at� 8,5%", afirmou. Por enquanto, Beker mant�m aposta de juros a 9% em acordo com o cen�rio base tra�ado na ata do Copom. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.