Os pa�ses que integram o Brics (Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul) dar�o os primeiros passos no sentido de formar um banco de desenvolvimento comum, que deve potencializar projetos de infraestrutura de seus membros.
"Trata-se de uma ideia embrion�ria," disse uma fonte brasileira. Por isso, segundo essa mesma fonte, n�o se deve esperar grandes an�ncios sobre isso no IV Encontro dos presidentes do Brics, que se inicia nesta quarta-feira em Nova D�lhi e que se estender� at� quinta-feira.
Contudo, espera-se que os presidentes decidam criar um grupo de trabalho integrado por t�cnicos dos cinco pa�ses que estudam essa possibilidade e que ficar�o encarregados de elaborar as bases para a entidade, que pretende escapar �s condi��es impostas pelo Banco Mundial e por outras institui��es j� existentes.
A expectativa dos pa�ses � de que as negocia��es ser�o �rduas, dizem analistas, j� que uma entidade deste porte teria que levar em conta os interesses das cinco grandes economias emergentes que formam o grupo, que possuem n�veis de desenvolvimento e sistemas econ�micos muito diferentes.
Para o economista indiano Rakesh Vaidyanathan, do Business Services for Brics Economies (um grupo de assessoria �s empresas deste bloco), com escrit�rios no Brasil, �ndia e �frica do Sul, um banco deste tipo "permitiria a todos os pa�ses estar em p� de igualdade", inclusive com a China, que possui uma gigante quantidade de reservas em divisas para investidores.
Al�m da infraestrutura, um banco Brics poderia ajudar no desenvolvimento agr�cola, onde o Brasil possui uma tecnologia de ponta e setor no qual �ndia e China precisam aumentar sua produ��o para dar de comer a seus 1,2 e 1,3 bilh�o de pessoas, respectivamente.
"A imprensa ocidental diz que os Brics n�o tem nada em comum, mas isso � tamb�m uma vantagem, porque as diferen�as podem ser complementares", disse Vaidyanathan.
Segundo o especialista, as empresas da maioria desses pa�ses, com exce��o da China - cujas empresas estatais t�m realizado a constru��o de infraestruturas fundamentalmente na �frica, Am�rica Latina e �sia -, est�o mais centradas no eixo Sul-Norte para sua expans�o que no eixo Sul-Sul "onde cremos que est� o futuro".
"O poder de negocia��o com o mundo industrializado � muito mais limitado no Norte do que com os pa�ses do sul, os pa�ses pobres ou emergentes", recorda.
Vaidyanathan cita ainda o caso de construtoras brasileiras, que t�m "dificuldades inclusive com o apoio do BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Social)" para sair em busca de novos mercados, salvo em pa�ses como Angola ou Mo�ambique, onde o mesmo idioma tem permitido maior presen�a. "Neste mundo globalizado, falta fundamentalmente conhecimento do outro, contatos ao n�vel adequado e confian�a em si pr�prio", diz.