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Estado de Minas

IPI deve manter pre�os da linha branca em baixa


postado em 28/03/2012 08:09

A prorroga��o da redu��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodom�sticos da chamada linha branca (geladeiras, lavadoras de roupa, tanquinhos e fog�es) deve manter os pre�os desses produtos em patamares baixos, mas n�o h� espa�o para quedas mais expressivas. Isso porque trata-se de um alongamento e n�o de um aumento na magnitude da queda do IPI, conforme analistas ouvidos pela Ag�ncia Estado.

Alguns especialistas consultados, no entanto, ressaltam que, caso n�o houvesse a prorroga��o, os pre�os poderiam voltar a subir em abril, assim que a medida anunciada em dezembro chegasse ao fim, em 31 de mar�o. Com o an�ncio do governo, feito na segunda-feira, a isen��o do IPI para eletrodom�sticos foi prorrogada at� o fim de junho. Al�m disso, a medida passa a valer para m�veis, laminados e lumin�rias. Para os analistas, a desonera��o � um evidente sinal de preocupa��o do governo com a ind�stria, mas eles ressaltam que o efeito ser� pontual.

O coordenador do �ndice de Pre�os ao Consumidor (IPC) calculado pela Funda��o Instituto de Pesquisas Econ�micas (Fipe), Rafael Costa Lima, confirmou hoje que a redu��o do IPI para linha branca est� refletida no comportamento dos pre�os deste tipo de eletrodom�stico nos �ltimos meses, com exce��o de janeiro, quando os pre�os avan�aram. "Em dezembro, os pre�os ca�ram, mas, por volta da metade de janeiro, voltaram a subir", disse. Segundo ele, naquele per�odo, os pre�os teriam reagido a uma queda no volume dos estoques dos produtos, que se tornaram escassos em raz�o da forte demanda ap�s a redu��o do imposto. "Em fevereiro, os estoques foram repostos e os pre�os voltaram a cair", explicou.

No IPC de dezembro, geladeira, m�quina de lavar roupas e fog�o apareceram com defla��o de 1,65%, 2,34% e 0,81%, respectivamente. No IPC de janeiro, os tr�s itens tiveram varia��o positiva de 3,81%, 2,78% e 1,52%, respectivamente. Em fevereiro, geladeira arrefeceu a alta para 0,04%; m�quina de lavar roupa teve recuo de 0,43%; e fog�o, de 1,92%. Na terceira quadrissemana de mar�o, as quedas foram de 3,49%, 3,87% e 1,64%, respectivamente.

Com a prorroga��o do benef�cio, a expectativa � de manuten��o nos pre�os de linha branca em patamares baixos, colaborando para a infla��o bem comportada do grupo Habita��o dentro do IPC. "Se n�o houvesse a prorroga��o, esses pre�os j� voltariam a subir em abril", disse Costa Lima, que, por outro lado, tamb�m n�o v� espa�o para quedas mais acentuadas.

Infla��o em baixa

O analista Daniel Lima, da Rosenberg & Associados, lembra que a redu��o do IPI no �ltimo m�s de 2011 diminuiu os pre�os dos eletrodom�sticos e ainda ajudou a suavizar a infla��o fechada do ano. "Houve, sim, queda nos pre�os, principalmente em dezembro. Talvez a diminui��o tenha at� ajudado a amenizar o IPCA fechado do ano, que encerrou no teto (+6,50%). Depois, em janeiro, houve alta dos pre�os, mas foi pontual. J� em fevereiro, os pre�os voltaram a cair", lembrou.

De fato, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) comprovam que os consumidores pagaram menos na hora de comprar eletrodom�sticos em dezembro, quando houve a diminui��o do IPI. No IPCA do m�s em quest�o, os eletrodom�sticos ficaram 2,68% mais baratos. Em janeiro, por�m, houve alta de 0,88%, enquanto em fevereiro os pre�os retomaram o sinal de baixa (-0,38%).

Para o analista da Rosenberg & Associados, a expectativa � que os pre�os permane�am baixos, mas o movimento n�o deve ser acentuado, j� que n�o houve altera��o no tamanho da redu��o do imposto. Segundo ele, a medida deve servir mais para atenuar a situa��o dif�cil que a ind�stria enfrenta. "� mais uma medida paliativa para a ind�stria e deve provocar melhora das vendas de eletrodom�sticos no per�odo em que estiver vigorando, mas o impacto n�o ser� expressivo. O governo s� prorrogou, e n�o aumentou a magnitude da queda do IPI. N�o ser� isso que vai resolver o problema da ind�stria e que vai dar impulso forte � economia", afirmou Lima.

Para o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani, a prorroga��o n�o deixa qualquer d�vida de que a proposta do governo � estimular muito mais a atividade do que a infla��o, o que deve permitir pre�os mais baixos dos eletrodom�sticos. "Os pre�os caem tamb�m porque os empres�rios est�o apertados em termos de competi��o de produtos importados", avaliou.

O economista Thiago Carlos, da Link Investimentos, concorda com os colegas que o alongamento do IPI vai manter a queda dos pre�os, principalmente dos eletrodom�sticos, mas observa que o impacto ser� "tempor�rio". "A maior parte do efeito j� ocorreu. Houve prorroga��o do IPI, e n�o uma nova queda. Os pre�os j� haviam ca�do", acrescentou. Segundo Thiago Carlos, a medida ter� efeito "zero" sobre o IPCA fechado de 2012. "Como a prorroga��o tem prazo para acabar (fim de junho), o impacto na infla��o do ano � neutro, porque o imposto ser� recomposto e, depois, haver� alta de pre�os", estimou.

Mesmo se o governo n�o tivesse estendido, de mar�o para junho, a redu��o do IPI para eletrodom�sticos, os pre�os continuariam com defla��o at� meados de julho, na avalia��o do economista F�bio Rom�o, da LCA Consultores. Segundo ele, uma das justificativas para a expectativa de queda dos pre�os, mesmo sem as medidas, � o crescimento da inadimpl�ncia e do endividamento das fam�lias, al�m do arrefecimento da atividade. "Os produtos devem continuar em queda, mas o ritmo n�o deve se intensificar. Apesar dos incentivos, os brasileiros est�o mais endividados, o que pode comprometer a evolu��o do crescimento da economia", disse.

Outro argumento do economista da LCA para a manuten��o da queda dos pre�os dos eletrodom�sticos � a de que muitos consumidores j� teriam adquirido eletrodom�sticos da chamada linha branca em 2009, quando, pela primeira vez, o governo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva promoveu a redu��o do IPI para estes produtos. "Existia uma demanda reprimida em raz�o da dificuldade dos brasileiros para conseguir cr�dito. Com o incentivo, muitos trocaram seus refrigeradores, por exemplo. N�o acredito que esses mesmo consumidores v�o fazer o mesmo agora", explicou.


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