O repique na infla��o medida pelo �ndice Geral de Pre�os - Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrado no m�s de mar�o n�o deve se repetir em abril, na avalia��o do coordenador de an�lises econ�micas do Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Get�lio Vargas (Ibre/FGV), Salom�o Quadros.
Boa parte do aumento nos pre�os verificados pelo IGP-DI em mar�o se deveu � eleva��o de dois d�gitos na soja (10,90% em mar�o). Ap�s uma alta t�o pronunciada, o economista calcula que a eleva��o deva ser mais contida na pr�xima leitura.
"O IPA (�ndice de Pre�os ao Produtor Amplo) teve influ�ncia muito destacada da soja. Toda vez que voc� tem influ�ncia muito grande de um produto, aquela alta n�o � t�o sustentada assim", explicou Quadros. O aumento de 0,55% do IPA puxou a alta de 0 56% no IGP-DI de mar�o.
"� dif�cil ter uma continua��o da soja nesse ritmo. Como a soja teve esse impacto t�o diferenciado dos outros, se ela normalizar um pouco, a taxa cede, mesmo que continue essa din�mica agr�cola com alguma recupera��o e as commodities n�o continuem mais sua trajet�ria de queda. Esse efeito da soja foi t�o mais importante que, havendo uma normaliza��o, n�o deve haver destaque t�o grande das mat�rias-primas no IPA", analisou o economista.
Em abril, o aumento da soja verificado em mar�o pode impactar ainda os pre�os das ra��es, que encareceriam carnes de aves e su�nos, al�m de produtos derivados usados pelo consumidor, como margarina e �leo de soja.
Desacelera��o
Ainda que a expectativa para o IGP-DI seja de uma taxa mais baixa em abril do que a registrada em mar�o, n�o h� mais muito espa�o para uma redu��o na infla��o acumulada em 12 meses, segundo Quadros. "Mesmo que o IGP-DI venha um pouco mais baixo, acho que estamos come�ando a chegar no limite do ciclo de desacelera��o. E o fim do ciclo vem da sinaliza��o de que as commodities n�o est�o mais em uma trajet�ria de queda, n�o s� as agr�colas, mas tamb�m o min�rio de ferro e o petr�leo".
O economista lembrou que h� um movimento de retomada da economia mundial, o que traz possibilidade de valoriza��o das commodities. "Na primeira sinaliza��o de uma situa��o mais favor�vel, as commodities reagem, porque os reajustes s�o mais �geis do que os dos outros produtos", lembrou.
Quadros avalia que nos pr�ximos meses deve haver uma recupera��o gradual na infla��o em 12 meses, porque as taxas do IGP-DI nas pr�ximas leituras n�o devem ser menores do que as registradas no ano passado. No entanto, ele considera que n�o h� motivos para preocupa��es quanto a press�es inflacion�rias mais fortes. "A taxa desacelerou, mas num patamar bastante confort�vel. N�o h� nada que esteja representando uma amea�a", disse.