A alta de 1,02% da infla��o medida pelo �ndice Geral de Pre�os - Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), ainda teve forte impacto da soja, mas tamb�m de produtos no atacado, que come�am a refletir o repasse da alta do d�lar ante o real, e do aumento de algumas commodities. A taxa do IGP-DI em abril foi a maior desde novembro de 2010, quando tinha atingido 1,58%.
"Ainda � um resultado dominado pelos efeitos da soja, mas j� n�o tanto quanto na �ltima leitura", disse Salom�o Quadros, coordenador de an�lises econ�micas do Ibre/FGV. "O IGP de agora quase dobrou e, nessa duplica��o, a soja ainda teve efeito, mas n�o � t�o concentrado assim. Tem tamb�m a alta de produtos qu�micos, tem um pouco de efeito de c�mbio (alta do d�lar) na celulose e no min�rio de ferro."
A FGV calculou que o d�lar, ap�s uma queda de 4% em fevereiro, teve alta de 4,48% em mar�o e de 3,32% em abril. Segundo Quadros h� uma percep��o de que o c�mbio n�o voltar� ao patamar de fevereiro. Por isso come�ou a haver repasses para os produtos.
"O c�mbio n�o vai voltar para R$ 1,70, pelo menos no curto prazo. O discurso do governo � forte, as a��es s�o fortes. Ent�o h� a interpreta��o de que houve uma mudan�a no patamar, de que tem alguma coisa aqui de permanente. Toda vez que h� a percep��o de que o c�mbio � mais duradouro, de que a mudan�a � mais permanente, alguma coisa disso � repassado para os pre�os", explicou Quadros.
A an�lise � de que o c�mbio saiu da neutralidade para fazer uma press�o positiva sobre os pre�os do atacado. "N�o � o fator mais relevante, mas pode estar presente, sobretudo nessa �rea de insumos industriais, de celulose e produtos qu�micos", lembrou o economista do Ibre/FGV.
Os pre�os no atacado foram os grandes respons�veis pela alta no IGP-DI em abril. O IPA-DI, que aumentou de 0,55% em mar�o para 1 25% em abril, teve grande influ�ncia dos materiais e componentes para manufatura, respons�veis por metade dessa acelera��o (0,48 ponto porcentual). Entre os principais impactos est�o o alum�nio que saiu de -4,21% em mar�o para 7,82% em abril; celulose, de -1,56% para 4,50%; farelo de soja, de 5,58% para 11,58%; ferro e ligas, de -2,50% para 7,28%; intermedi�rios para Resinas e fibras, de 0,30% para 4,04%; polietileno de alta densidade, de 2 22% para 5,42%; PVC, de 1,84% para 2,83%; produtos qu�micos org�nicos, de 2,03% para 5,01%; e zinco, de -2,57% para 13,35%.
"O aumento de ferro e liga e de celulose tem tanto efeito do c�mbio, com tamb�m de empresas que est�o aumentando o pre�o em d�lar", apontou Quadros. "O �ndice de commodities realmente est� dando uma viradinha nesse in�cio do ano. Ent�o eu associo essa virada no IGP a esse movimento das commodities. O IGP tem muita influ�ncia das commodities", finalizou.