O governo argentino anunciou hoje (18) que a nacionaliza��o da petroleira Repsol-YPF atingir� tamb�m a YPF G�s, controlada pela Repsol da Espanha. A desapropria��o deve ser aprovada, pelo Senado argentino, na pr�xima quarta-feira (25).
O projeto de lei da presidenta Cristina Kirchner, desapropriando 51% das a��es da Repsol-YPF foi enviado ao Congresso, na segunda-feira (16), e hoje passou pelas comiss�es de Assuntos Constitucionais, de Or�amento e de Minera��o; e de Energia e Combust�veis do Senado, depois de dois dias de acalorados debates.
O governo culpou a Repsol pela crise energ�tica do pa�s. A empresa � a maior acionista da YPF (Yacimentos Petroliferos Fiscales) - a estatal argentina de petr�leo, privatizada nos anos 1990, respons�vel pela explora��o de 30% do petr�leo e um ter�o do g�s natural do pa�s.
Especialistas ouvidos pelos senadores concordam que a crise energ�tica � s�ria. At� 2010, a Argentina tinha um super�vit de US$1,5 bilh�o na sua balan�a comercial energ�tica. No ano passado, registrou um d�ficit de US$3,7 bilh�es. E, este ano, deve gastar US$ 12 bilh�es para importar petr�leo e g�s, que poderiam ser produzidos no pa�s.
Dois ex-secret�rios de Energia – Jorge Lapena e Daniel Montamat – disseram aos senadores que o pa�s precisa de uma politica energ�tica de longo prazo. Sem regras claras, ningu�m ir� investir e o Estado argentino n�o tem recursos suficientes para investir na explora��o de novas reservas de energia.
Montamat citou, como exemplo, o congelamento dos pre�os da energia, determinada pelo governo argentino, depois da crise de 2001. “� politicamente incorreto falar em pre�os, mas eles influem”, disse. “Pretendemos que a YPF produza um BTU [unidade t�rmica brit�nica] de g�s a US$ 2,70, quando importamos a mesma quantidade da Bol�via por US$ 12, ou trazemos de barco de outros pa�ses por US$ 18”, completou.
Segundo ele, dificilmente um empres�rio investir� em um empreendimento desses – a n�o ser que exista alguma pol�tica de Estado, que leve em conta a diferen�a de pre�os. “E o Estado vai precisar se associar a empresas privadas para explorar e produzir combust�vel. N�o pode tomar decis�es a curto prazo, baseadas em necessidades politicas”, declarou Montamat.
O consultor Walter Chebli disse que a Repsol n�o foi a �nica que diminuiu sua produ��o na Argentina. Outras empresas fizeram o mesmo, citando como exemplo a Petrobras (ao comprar uma empresa argentina), a Chevron e a Total, que acaba de anunciar que quer investir mais na Argentina.
Depois de dois dias de debates, no Senado, ainda restam muitas d�vidas. Qual o valor das a��es expropriadas? A Repsol quer no m�nimo US$ 10 bilh�es – cifra que o governo argentino descarta. E as a��es da YPF sofreram quedas de 24% na Bolsa de Buenos Aires e 28% no mercado internacional.