O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu a afirma��o da diretora-gerente do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), Christine Lagarde, de que os emergentes devem ajustar suas moedas se necess�rio ou aceitar a evolu��o do c�mbio. "Acho um equ�voco. O Brasil � dos pa�ses que mais sofrem com a valoriza��o do c�mbio. N�o estou falando apenas de recentemente, mas estou falando dos �ltimos anos. Nossa ind�stria tem perdido competitividade, em grande parte, por causa da desvaloriza��o das moedas dos outros pa�ses", criticou Mantega, em entrevista concedida nesta quinta-feira ap�s a reuni�o com os demais pa�ses do Brics (Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul), na sede do FMI, em Washington.
Mantega disse que o Brasil est� provando na pr�tica a efic�cia das interven��es no c�mbio, uma vez que outros pa�ses est�o usando a estrat�gia de desvaloriza��o de suas moedas. "Com interven��es, podemos diminuir essa desvantagem que nossa ind�stria tem tido a partir do cambio valorizado."
De acordo com o ministro, o Brasil sempre esclareceu sua posi��o em rela��o � desvaloriza��o das moedas de alguns pa�ses, que gera forte fluxo de entrada de capital em pa�ses emergentes como o Brasil. "A cada reuni�o que n�s fazemos h� uma tentativa de cercear esses movimentos de interven��o no c�mbio, mas a maioria sempre acaba decidindo que est� correta", afirmou. "No nosso caso, a interven��o no c�mbio � absolutamente necess�ria e n�s vamos continuar fazendo", acrescentou.
Ao ser questionado se o Brasil n�o deveria tamb�m avan�ar em reformas estruturais para aumentar a competitividade da ind�stria, Mantega declarou: "O Brasil nunca parou de fazer reformas. A cada m�s temos uma reforma". O ministro lembrou que a �ltima foi a cria��o do Fundo de Previd�ncia Complementar para os servidores p�blicos. "Isso � uma grande reforma que vai dar sustentabilidade � Previd�ncia. A desonera��o da folha (de pagamentos da ind�stria) tamb�m � uma grande reforma."
Segundo Mantega, al�m das reformas, o Brasil est� conseguindo reduzir os juros - e n�o somente a Selic, mas as taxas em toda a economia, incluindo os spreads (diferen�a entre a taxa de capta��o dos bancos e o que � efetivamente cobrado do cliente final). "Estamos num bom caminho, com a rea��o muito positiva do setor financeiro a essa demanda que foi feita para redu��o dos spreads e aumento do cr�dito", completou.