A redu��o dos juros cobrados pelos bancos nos empr�stimos e financiamentos, anunciada nesta semana, deve liberar uma quantia de R$ 8,5 bilh�es a R$ 10 bilh�es para o consumo neste ano. Este valor equivale a pouco mais de 1% do total de R$ 850 bilh�es previstos para as vendas do varejo em 2012, segundo proje��es da Federa��o do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo do Estado de S�o Paulo (Fecomercio-SP).
Se o ritmo de redu��o de spread das �ltimas semanas se mantiver nos pr�ximos dez anos, o assessor econ�mico da entidade, F�bio Pina, prev� que R$ 84 bilh�es sejam liberados para o consumo ao longo do per�odo - R$ 57 bilh�es para as fam�lias e R$ 27 bilh�es para as empresas.
Segundo a Fecomercio-SP, sobre o total do estoque da d�vida de cr�dito livre, de R$ 1,240 trilh�o (R$ 650 bilh�es de pessoas f�sicas e R$ 590 bilh�es das pessoas jur�dicas), R$ 450 bilh�es seriam pagos a t�tulo de juros m�dios, o equivalente a 36% da d�vida total. Desses R$ 450 bilh�es, R$ 327 bilh�es correspondem ao spread, e o restante, R$ 123 bilh�es, correspondem ao custo do dinheiro - a taxa b�sica de juros, Selic.
Para os pr�ximos dez anos, a Fecomercio-SP defende a redu��o do custo administrativo dos bancos, impostos, taxa de risco e lucros. Desta forma, segundo c�lculos da entidade, haveria uma redu��o de R$ 84 bilh�es em pagamentos de juros devido a ganhos de efici�ncia ao longo do tempo.
De acordo com o economista, esse valor certamente ir� para o consumo. "Se as pessoas est�o dispostas a pagar juros, elas estar�o mais dispostas ainda a comprar alguma coisa com este valor. Para mim, isto parece �bvio. Por isso, se me perguntarem se este recurso vai para a poupan�a, eu digo que n�o, e isso � positivo", afirma.
Para o economista da Fecomercio-SP, mesmo com a redu��o do spread esperada pela entidade daqui dez anos, a diferen�a entre o custo de capta��o de dinheiro e o juro cobrado na hora do empr�stimo deve permanecer elevada. Segundo Pina, essa diferen�a hoje, corresponde a 30 pontos porcentuais. "Pela nossa perspectiva, o spread deve ir para algo entre 22 e 23 pontos porcentuais, o que � ainda muito elevado", observa o economista da Fecomercio-SP. Neste cen�rio, o lucro dos bancos, segundo c�lculos da entidade, cairia de R$ 115 bilh�es por ano para R$ 75 bilh�es ao ano, redu��o de 34,7%. A Fecomercio-SP prev� que as vendas no varejo este ano devem crescer de 5% a 6%. "Mas estamos com perspectiva de alta, porque os primeiros dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) vieram melhores que o esperado".