O Banco Central chama aten��o para o fato de que o cr�dito voltou a crescer de maneira um pouco mais forte em mar�o. O chefe do Departamento Econ�mico da casa, Tulio Maciel, destacou nesta quarta-feira o fato de que a expans�o das carteiras de 1 7% no trimestre foi a maior verificada nos �ltimos meses.
Parte desse crescimento visto no fim do trimestre pode ser atribu�do � desvaloriza��o cambial, fato que infla as carteiras de cr�dito em outras moedas, mas que s�o divulgadas em reais. "Mas, de maneira geral, observamos expans�o em mar�o nas concess�es em um ambiente de redu��o de taxas de juros e dos spreads banc�rios. O movimento (dos juros e spreads) est� em linha com o que hav�amos citado em situa��es anteriores que previa essa redu��o acompanhando a pol�tica monet�ria", disse.
Outro fator que influencia positivamente os juros e spreads � a redu��o da inadimpl�ncia em mar�o, que, no caso das pessoas f�sicas, caiu pela primeira vez desde dezembro de 2010. "Essa tem sido uma vari�vel importante e observamos uma redu��o da inadimpl�ncia em mar�o", disse Maciel, ao comentar que a acomoda��o do n�vel dos calotes "� um bom sinal, em linha com a perspectiva de acomoda��o e revers�o que a gente vinha anunciando".
Inadimpl�ncia
Maciel avaliou de maneira positiva a redu��o do n�vel de calote nos empr�stimos para pessoas f�sicas em mar�o. A inadimpl�ncia de 7,4%, por�m, � considerada elevada. "Mas mar�o mostra que estamos dentro daquele cen�rio que v�nhamos anunciando. A tend�ncia � de acomoda��o e revers�o no m�dio prazo. Mas � claro que isso n�o significa redu��o cont�nua da inadimpl�ncia a partir de agora", disse.
Apesar dessa perspectiva, Maciel anunciou que o calote no financiamento de ve�culos, que j� era recorde em fevereiro, voltou a subir no m�s passado e agora j� atinge 5,7% das opera��es, nova marca hist�rica.
No cr�dito para empresas, Maciel tamb�m chamou aten��o para o fato de que o juro m�dio praticado em mar�o - de 27,7% ao ano - � o menor desde junho de 2010, quando a taxa m�dia havia ficado em 27,3%.
Segundo Maciel, os bancos j� est�o mais seletivos na concess�o de cr�dito para a compra de ve�culos. O comportamento, explica ele, melhora o perfil dos clientes que conseguem o financiamento. "J� h� algum tempo bancos t�m reportado maior rigor na concess�o de cr�dito, maior cautela. Isso implica ades�o de tomadores com melhor perfil", disse Maciel.
Clientes com melhor perfil explicam o fato de que, a despeito da inadimpl�ncia recorde, juros e spreads do financiamento para ve�culos tenham ca�do no m�s passado. Na m�dia, o juro do cr�dito para compra de carros caiu de 27% em fevereiro para 26 5% em mar�o. Parte da queda � explicada pela redu��o dos spreads que ca�ram 17,5 pontos para 17,3 pontos no mesmo per�odo. Ou seja, juros caem porque o cliente atual � melhor, tem menor risco de calote, que os consumidores que tomavam cr�dito anteriormente.
O t�cnico do BC comentou ainda que boa parte da inadimpl�ncia recorde em ve�culos observada em mar�o � gerada por empr�stimos concedidos pelos bancos em 2010, especialmente no segundo semestre daquele ano. "Na �poca, bancos praticavam prazos mais longos, condi��es de cr�dito mais favor�veis e tivemos uma expans�o mais expressiva nessa modalidade", disse.
Ao repetir que prev� redu��o da inadimpl�ncia em breve, Maciel comentou que h� v�rios fatores que sinalizam melhora dos indicadores de capacidade de pagamento do consumidor. "A inadimpl�ncia est� associada � capacidade de pagar dos clientes. E, nesse sentido, os sal�rios continuam crescendo e o emprego tamb�m. Isso vai se refletir na inadimpl�ncia mais � frente", disse, ao comentar que tamb�m h� efeito da redu��o dos juros e da revers�o das medidas macroprudenciais.