A Europa discute nesta quarta-feira um refor�o � regula��o do seu setor financeiro, em um momento em que os bancos da Espanha - quarta economia da zona do euro - se encontram em alerta m�ximo.
Os 27 pa�ses da Uni�o Europeia (UE) querem aumentar as reservas de capital das entidades financeiras, com a finalidade de blind�-las ante futuras crises, mas para isso seus ministros de Finan�as dever�o entrar em um acordo durante uma reuni�o em Bruxelas.
"Neste momento de crise financeira, � b�sico e fundamental tirar todo tipo de d�vida sobre a qualidade e a solv�ncia das institui��es banc�rias europeias", disse em coletiva de imprensa o ministro da Economia espanhol, Luis De Guindos.
A reuni�o visa tornar mais eficaz o setor, um dos mais castigados pela crise da d�vida europeia, e ocorre em um momento em que o setor banc�rio espanhol em espec�fico se converteu em um dos principais motivos de preocupa��o para os mercados.
"Precisamos nos assegurar de que nosso setor financeiro seja s�lido, de maneira a evitar futuras crises e poder oferecer cr�ditos �s empresas, o que ajudar� a ativar a cria��o de empregos", afirmou a ministra dinamarquesa das Finan�as, Margrethe Vestager.
Segundo De Guindos, os bancos espanh�is est�o acima das exig�ncias de capital previstos na nova norma da UE, tanto "do ponto de vista do que � a qualidade do capital, como do ponto de vista do que s�o os n�veis de capital".
O Banco da Espanha revelou recentemente que o setor acumulava 184 bilh�es de euros em ativos imobili�rios problem�ticos ao final de 2011, ou seja, 60% de sua carteira.
Por isso, o banco central espanhol avalia a transfer�ncia dos ativos t�xicos imobili�rios do conjunto do banco a uma ag�ncia para que tente vend�-los, confirmou De Guindos.
"Isso reduziria a exposi��o banc�ria ao setor imobili�rio", explicou.
A Standard and Poor's confirmou estas preocupa��es ao rebaixar em dois escal�es a nota soberana de Espanha, de A a BBB+.
A ag�ncia rebaixou ainda entre um e dois escal�es as notas de 16 bancos espanh�is, entre eles, a do Santander e do BBVA, assim como a da Confedera��o de Caixas de Poupan�a (Ceca), alegando a piora do d�ficit or�ament�rio no pa�s e o aumento da probabilidade de que o governo tenha que buscar ajuda exterior para o setor financeiro.
Inclusive a revista brit�nica The Economist afirmou que os bancos espanh�is precisar�o de "muito mais capital", estimado entre 60 e 80 bilh�es adicionais.
A possibilidade de que a Espanha solicite recursos do fundo de resgate europeu ganha for�a, ante as dificuldades do estado espanhol em cuidar do setor e cumprir ao mesmo tempo as duras medidas de austeridade exigidas por Bruxelas.
"Confiamos nas medidas que com responsabilidade tem tomado o governo espanhol", disse o ministro sueco Anders Borg, que recentemente alertou sobre a "urg�ncia" de que a Espanha resolva os problemas de seus bancos porque, do contr�rio, poder� precisar de ajuda econ�mica internacional.
Na reuni�o "extraordin�ria" desta quarta-feira, a Gr�-Bretanha, apoiada pela Su�cia, quer obter "flexibilidade" para impor maiores reservas de capital sobre os bancos de seu territ�rio, al�m dos 7% m�nimos previstos no acordo Basileia III, sem ter que consultar a Bruxelas.
Por outro lado, Alemanha e Fran�a buscam uma harmoniza��o, sob a �gide da Comiss�o Europeia, e assim evitar que os bancos concentrem ativos de risco em outros estados-membros.
Em uma tentativa de concilia��o, a atual presid�ncia dinamarquesa da UE prop�s criar um colch�o adicional para riscos sist�micos de at� 3%, sem consultar com Bruxelas. Contudo, se os estados decidem passar desse patamar, dever�o contar com a autoriza��o da Comiss�o Europeia (CE), o aval do Conselho Europeu de Riscos Sist�micos (CERS) e da Autoridade Banc�ria Europeia (EBA).
A ideia � acelerar as negocia��es para alcan�ar um consenso ante a entrada gradual em vigor do acordo Basileia III de solv�ncia banc�ria, previsto para janeiro de 2013, que obriga os bancos a contar com um coeficiente m�nimo de capital b�sico de 4,5% (ajustado por risco), e de um colch�o adicional de 2,5%, ou seja, um n�vel de reservas de capital de resist�ncia m�xima (Tier 1) de 7%.
Al�m disso, estabelece um colch�o de capital antic�clico, para ser ativado em momentos de crescimento, entre 0% e 2,5%.
As normas internacionais acordadas em 2010 pelo Comit� de Basileia de Supervis�o banc�ria requerem maiores reservas de recursos pr�prios e sobretudo capital de melhor qualidade nos bancos para evitar uma crise financeira como a de 2008, ap�s a quebra do Lehman Brothers.