A queda maior do que a esperada nos pedidos semanais de aux�lio-desemprego feitos nos EUA garantiu uma abertura em alta para a Bovespa hoje: 0,24%, aos 62.574,81 pontos. Os neg�cios locais voltam a acompanhar os mercados internacionais, ap�s o ajuste positivo de ontem. Mas a Bolsa tamb�m monitora os mercados dom�sticos de c�mbio e juros, em meio ao iminente an�ncio pelo governo federal de mudan�as na rentabilidade de poupan�a - condi��o para a continuidade do processo de redu��o da taxa b�sica de juros (Selic).
O estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, avalia que a poss�vel mudan�a nas regras da poupan�a "ainda n�o chegou na Bolsa, mas deve ter algum impacto, j� que tira a atratividade de outros mercados e o investidor ter� de buscar mais risco". Mas o analista da Socopa Corretora, Marcelo Varej�o, lembra que "ainda falta a not�cia definitiva".
O operador da mesa de renda vari�vel de uma corretora paulista destaca que as altera��es planejadas para a remunera��o da caderneta de poupan�a, que devem ser anunciadas ainda hoje, est�o movimentando principalmente o mercado futuro de juros. "A Bolsa est� monitorando os DIs e, quando essa mudan�a significar uma queda da taxa b�sica de juros, vai beneficiar os neg�cios com a��es."
Desta forma, o mercado pode trabalhar em cima de pap�is de bancos e de outras empresas que venham a se beneficiar com essa medida, caso das construtoras. "O investidor tamb�m deve olhar com mais aten��o para as empresas que s�o boas pagadoras de dividendos, j� que a atratividade da renda fixa e da poupan�a vai perder espa�o", acrescenta o profissional citado acima em anonimato.
No mercado, existe a expectativa de que a presidente Dilma Rousseff d� detalhes sobre as mudan�as na poupan�a na reuni�o do Conselho Pol�tico, formado por ministros, l�deres governistas e l�deres dos partidos aliados, �s 14 horas. �s 15h30, ela se reunir� com sindicalistas e, �s 16h30, com empres�rios.
O dado da produ��o industrial, divulgado pelo IBGE hoje, que apontou queda de 0,5% em mar�o ante fevereiro, na s�rie com ajuste sazonal, refor�a a necessidade de est�mulos � economia visando o crescimento do PIB.
Por�m, o cen�rio externo continua ditando o ritmo da Bolsa. Por enquanto, o sinal positivo permanece e os ganhos foram realimentados pelo dado de aux�lio-desemprego nos EUA, que apontou queda de 27 mil pedidos na semana at� 27 de abril, maior que a previs�o de -10 mil solicita��es. �s 11 horas, o ISM anuncia o �ndice de atividade (gerentes de compra) do setor de servi�os no pa�s. No hor�rio acima, o S&P 500 futuro subia 0,10%.
J� na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta manh� a manuten��o do juro b�sico da zona do euro na m�nima recorde de 1%, n�vel no qual est� desde dezembro do ano passado. A decis�o ficou em linha com as previs�es. Mais cedo, a forte demanda por t�tulos da Espanha sustentava os mercados europeus. �s 9h50, a Bolsa de Frankfurt subia 0,30% e a Bolsa de Madri avan�ava 0,79%.
De volta � Bovespa, no setor financeiro, as a��es do Banco do Brasil merecem destaque, ap�s a institui��o anunciar hoje uma queda de 14,7% no lucro l�quido do primeiro trimestre deste ano, para R$ 2,502 bilh�es, na compara��o com o mesmo per�odo de 2011. Na compara��o com o quarto trimestre do ano passado, o recuo foi de 15,8%.
A taxa de inadimpl�ncia (atrasos acima de 90 dias) fechou mar�o em 2,2%, pouco acima dos 2,1% de dezembro e do primeiro trimestre de 2011. Mesmo com a alta moderada, o BB gastou R$ 3,576 bilh�es com provis�es para devedores duvidosos (PDD) nos tr�s primeiros meses de 2012, alta de 23% ante dezembro.
No setor de siderurgia, os investidores repercutem os resultados da Gerdau, com lucro l�quido de R$ 397 milh�es, n�mero 3% inferior aos R$ 409 milh�es registrados no mesmo per�odo de 2011. O lucro da Gerdau ficou em linha com a expectativa do mercado, de R$ 398,2 milh�es.
No setor de energia, a Comg�s registrou lucro l�quido de R$ 73,553 milh�es no per�odo, alta de 7,78% ante os R$ 68,243 milh�es registrados no mesmo per�odo de 2011. Junto com o balan�o, a controladora da Comg�s, a brit�nica BG, anunciou memorando de entendimento para a venda de participa��o de 60,1% na distribuidora de g�s para a Cosan, por R$ 3,4 bilh�es (US$ 1,8 bilh�o). Segundo a empresa, a transa��o deve estar finalizada at� o fim deste ano.