A queda da taxa b�sica de juros (Selic) vinha provocando discuss�es dentro e fora do governo sobre a necessidade de uma altera��o no c�lculo do rendimento das cadernetas de poupan�a. Isso porque, com a poupan�a mais atrativa, os investidores poderiam deixar os fundos de renda fixa, que s�o formados por t�tulos p�blicos utilizados pelo governo na rolagem da d�vida.
No dia 24 de abril, a presidenta Dilma Rousseff evitou antecipar qualquer altera��o na remunera��o da caderneta de poupan�a, ao responder perguntas sobre o assunto, e disse que trataria o assunto com calma. “Cada dia com sua agonia, n�o adianta nos anteciparmos. Sem d�vida nenhuma, todas as quest�es v�o ser avaliadas pelo governo com muita calma, muita tranquilidade”, disse.
Estudo recente da Associa��o Nacional de Executivo de Finan�as, Administra��o e Contabilidade (Anefac), no entanto, mostrou que a redu��o da Selic para 9% ao ano tornou a poupan�a investimento mais interessante do que os fundos de renda fixa em alguns casos.
Ao contr�rio dos fundos de renda fixa, a caderneta de poupan�a rende a TR (taxa referencial) mais 6% ao ano, n�o
A taxa de administra��o, a depender do banco, � outra desvantagem dos fundos de renda fixa e pode variar de 0,5% ao ano a 4% ao ano. Pelos c�lculos da Anefac, quando os fundos de renda fixa ficarem com rentabilidade mensal menor do que 0,54%, a poupan�a passa a ser melhor para o investidor. Ou seja, para competir com a poupan�a, o dinheiro aplicado deve render pelo menos 0,55% ao m�s nos fundos.
O dinheiro da poupan�a � destinado, na maior parte, para a habita��o. Os bancos s�o obrigados, por lei, a destinar 65% dos recursos da poupan�a ao cr�dito imobili�rio.
N�o � a primeira vez, nos �ltimos tr�s anos, que o governo prop�es mudan�as no c�lculo da caderneta de poupan�a. Em maio de 2009, a equipe econ�mica prop�s altera��es na aplica��o. A proposta, na �poca, era cobrar IR sobre a poupan�a a partir de um determinado valor, medida que atingia 1% dos poupadores. Em setembro do mesmo ano, o governo voltou a propor mudan�as. As propostas, informou o Minist�rio da Fazenda, dependiam de an�lise do Congresso Nacional e terminaram n�o sendo enviadas para o Legislativo.
