Os med�ocres indicadores publicados recentemente pela China sugerem que a segunda economia mundial tem sofrido uma desacelera��o mais grave que o previsto e, de acordo com analistas, seus dirigentes t�m op��es limitadas para retomar um crescimento forte.
Muitos analistas est�o inclusive convencidos de que o pa�s est� amea�ado de sofrer uma das piores desacelera��es destes �ltimos vinte anos. Outros, no entanto, pensam que o pior momento acontecer� no segundo trimestre do ano, mas acreditam que a na��o se recuperar� na �ltima metade, apesar de que a informa��o divulgada na semana passada faz pensar que a desacelera��o pode ser mais intensa e duradoura que o previsto.
"� bastante preocupante e pior que antes. Cada vez mais parece que estamos observando uma desacelera��o muito generalizada", disse Zhu Hao, analista da ANZ Bank em Xangai. De fato, isso motivou o banco central chin�s a anunciar no s�bado uma nova redu��o das reservas obrigat�rias dos bancos para fomentar o cr�dito, que se soma �s de dezembro e fevereiro.
A maioria dos especialistas espera por novas medidas de flexibiliza��o monet�ria para sustentar a atividade. "Seguramente vamos ver novas redu��es das reservas banc�rias nos pr�ximos meses e tamb�m poder� haver aumento do gasto p�blico", disse Zhu. A produ��o industrial na China cresceu 9,3% em abril com rela��o ao mesmo per�odo do ano passado, registrando a menor taxa de crescimento desde maio de 2009.
E com a Europa afetada pela crise, os investimentos estrangeiras diretos da China foram reduzidos em abril pelo sexto m�s consecutivo, anunciou na ter�a-feira o Minist�rio do Com�rcio. Os investimentos procedentes dos pa�ses da Uni�o Europeia ca�ram entre janeiro e abril em 27,9% com rela��o ao mesmo per�odo do ano anterior. "O contexto externo tem um impacto negativo crescente na China, Jap�o e Coreia do Sul", reconheceu no fim de semana passado o primeiro-ministro Wen Jiabao em um encontro com os dirigentes destas duas pot�ncias asi�ticas.
As previs�es de crescimento do governo s�o de 7,5% em 2012, frente aos 8% dos anos anteriores. A economia continua fortemente vinculada aos investimentos. "Agora ser� preciso uma pol�tica monet�ria mais s�lida", diz o instituto de estudos IHS Global Insight em uma nota recente. "Cremos que o governo ir� intensificar seus esfor�os para estimular a economia", completou.
O governo teme que uma flexibiliza��o muito r�pida repercuta na infla��o, fonte potencial de desordens sociais. Para muitos especialistas, a margem de manobra governamental � bastante estreita. "N�o h� muito o que o governo possa fazer", diz Andy Xie, economista independente de Xangai. "A China precisa reformar sua economia, que ainda sofre com os obst�culos de seu passado socialista", afirma.