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Estado de Minas AUTOM�VEIS

Compra facilitada esconde gastos que pesam no bolso

Sonho do carro pr�prio fica mais perto com incentivo do governo, mas despesa mensal com impostos, gasolina e seguro pode ser maior do que valor da presta��o do ve�culo financiado


postado em 23/05/2012 07:08 / atualizado em 23/05/2012 07:34

Na hora de realizar o sonho de comprar um carro financiado, os consumidores devem ficar atentos � sua capacidade de arcar com todas das despesas que a decis�o implica. Gastos com Imposto sobre Ve�culos Automotores (IPVA) e outras taxas, revis�o, seguro, estacionamento e gasolina, quase todos obrigat�rios para quem � propriet�rio de um ve�culo, podem mais do que duplicar a despesa inicial com a presta��o. Pesquisa feita pelo Estado de Minas com concession�rias de ve�culos, corretoras de seguro, estacionamentos e a Ag�ncia Nacional do Petr�leo (ANP) mostram que ao adquirir um carro zero quil�metro de cerca de R$ 30 mil, com entrada de 30% e financiamento em 36 parcelas, � presta��o mensal de R$ 777 deve-se somar uma despesa de R$ 869,85 ao m�s, em m�dia. No caso de um autom�vel avaliado em R$ 50 mil, com entrada de R$ 15 mil, a parcela mensal de R$ 1.277 � turbinada com gastos adicionais de R$ 1.187,60.

Em audiência no Senado, ministro Guido Mantega defendeu medidas para estimular o crescimento da economia(foto: Pedro França/Agência Senado)
Em audi�ncia no Senado, ministro Guido Mantega defendeu medidas para estimular o crescimento da economia (foto: Pedro Fran�a/Ag�ncia Senado)

A falta de planejamento dos consumidores, aliada ao cr�dito f�cil e longo – o mercado chegou a vender autom�veis em 99 parcelas – e ao baixo crescimento da economia, levou a inadimpl�ncia no Cr�dito Direto ao Consumidor (CDC) de ve�culos para pessoas f�sicas a 5,7% nos tr�s primeiros meses de 2012. Em 12 meses, a taxa de inadimpl�ncia disparou de 3% para 5,7%. Os n�meros s�o do Banco Central. “Com prazos longos e presta��es baixas, os brasileiros se esqueceram de que, al�m da presta��o, deveriam arcar com despesas de manuten��o e cuidados com os ve�culos. Eles calcularam mal o custo de ter um autom�vel e acabaram n�o conseguindo arcar com eles”, diz Miguel Jos� Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associa��o Nacional de Executivos de Finan�as, Administra��o e Contabilidade (Anefac). Segundo ele, a situa��o tende a melhorar com medidas federais como redu��o das taxas de juros e do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), que injetar�o mais recursos na economia. Al�m disso, os bancos est�o mais criteriosos na concess�o do cr�dito.

No fim do ano passado, a vendedora de acess�rios para carros Gisele Marques de Matos, n�o resistiu � tenta��o e comprou um Ford Ka 2010 financiado em 24 vezes. Desde ent�o, arca com uma presta��o de R$ 565 ao m�s, o que representa no m�nimo 30% do seu sal�rio. “O valor pesa. Tem muito juros embutido. Se eu atrasar um dia, a parcela vai l� para cima”, reclama. Ela explica que como � a primeira vez que tem um autom�vel, n�o pensou que teria outras despesas, al�m do financiamento. “Fiquei surpresa, n�o sabia o que era manter um carro. Quando fui comprar, n�o pensei que teria despesas de manuten��o como gasolina, pneu, troca de �leo”. Diante da conta inesperada, Gisele resolveu deixar o carro em casa e ir trabalhar de �nibus. “Paguei o IPVA parcelado e achei muito caro. Gastei R$ 1.100, junto com a taxa de licenciamento. O carro fica praticamente na garagem”.

Na ponta do l�pis O consultor de finan�as Erasmo Vieira faz a sua pr�pria conta. De acordo com ele, um comprador que adquiriu um autom�vel de R$ 20 mil, com financiamento de R$ 15 mil em 36 parcelas, paga de R$ 580 ao m�s. Al�m desse gasto, dever� arcar com R$ 70 mensais referentes ao IPVA (R$ 800 no total de um ano), R$ 250 de gasolina ao m�s (se n�o tiver que percorrer grandes dist�ncias), al�m de gastos mensais de R$ 125 (R$ 1.500 ao ano) com manuten��o (pneu, alinhamento, troca de �leo etc). Isso sem contar estacionamento e seguro do carro. “A pessoa olha para a presta��o de R$ 580, mas de fato ao longo do ano ter� um gasto mensal de R$ 1.100”, avisa.

Jurandir Sell Macedo, consultor de finan�as do Ita�, concorda que a maioria das pessoas faz o financiamento do ve�culo sem planejar as outras despesas que ter� com ele. Um dos mais salgados � o do seguro. “Se o consumidor n�o contrata um seguro e compra um ve�culo financiado, pode perder o carro em caso de acidente e ainda ficar com a d�vida do financiamento”, alerta. Por isso, de acordo com ele, � necess�rio olhar para todos esses custos e pensar se eles cabem no bolso. “Se voc� est� disposto a pagar uma presta��o de R$ 500, o melhor a fazer � economizar R$ 650 mensais ao longo de seis meses para saber se de fato o or�amento suporta a presta��o. Se a resposta for negativa, � hora de mudar de planos”.

Governo quer reduzir inadimpl�ncia

Bras�lia – O ministro da Fazenda, Guido Mantega disse ontem que o governo estuda medidas para reduzir a inadimpl�ncia no pagamento de empr�stimos no pa�s. Em audi�ncia na Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE), do Senado, o ministro afirmou que as medidas de est�mulo ao cr�dito anunciadas segunda-feira ajudar�o a reduzir a inadimpl�ncia, mas que � poss�vel fazer mais. “Temos como reduzir essa inadimpl�ncia com uma nova libera��o de cr�dito. Temos mecanismos para reestruturar essa inadimpl�ncia e n�s estamos pensando em novas medidas que permitam isso”, afirmou, sem detalhar as novas a��es.

Mantega defendeu o pacote de medidas para estimular a economia. De acordo com Mantega, foi feito um acordo entre governo, setor banc�rio e setor produtivo para atingir o objetivo de aumentar o cr�dito barato para a popula��o. A ind�stria automotiva, por exemplo, se comprometeu a n�o demitir funcion�rios e a dar descontos nas tabelas de pre�os de ve�culos. Em troca, houve redu��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e redu��o de compuls�rios para a concess�o de financiamentos para a compra de carros.

O ministro admitiu que as montadoras, por exemplo, j� amea�avam dar f�rias coletivas em fun��o do aumento dos estoques e da falta de cr�dito para a compra de ve�culos: “O que fizemos foi um conjunto para estimular o setor automotivo e de bens de capital. O setor automotivo tem uma cadeia longa, com volume de empregos e n�s n�o queremos que haja nenhuma demiss�o nem nesse nem em outros setores.

Na audi�ncia, o ministro disse ainda que, caso haja um “estresse maior” no cen�rio internacional, o PIB brasileiro poder� ter um crescimento 1 ponto percentual menor do que o esperado. Em sua apresenta��o, o ministro reduziu a proje��o oficial de crescimento da economia dos 4,5% para 4%, apesar de os especialistas de mercado projetarem um n�mero de 3,2%, segundo dados do Banco Central.

Segundo Mantega, as medidas anunciadas ontem, juntamente com os cortes nas taxas de juros e outras a��es adotadas contribuir�o para estimular o crescimento econ�mico. O ministro ressaltou que novas medidas poder�o ser tomadas, como a libera��o de mais dep�sitos compuls�rios – dinheiro que os bancos t�m que deixar depositado no Banco Central – para aumentar o volume de cr�dito.

Infla��o Mantega reiterou que a alta do d�lar pode ter efeitos colaterais sobre a infla��o, mas o repasse ser� limitado. “Todo rem�dio tem efeito colateral, mas voc� n�o deixa de tomar o rem�dio”, afirmou. “Uma consequ�ncia (da desvaloriza��o do real) � uma pequena eleva��o da infla��o, mas isso � muito pequeno.” A queda no pre�o das commodities vai compensar parte desse efeito sobre a infla��o, estimou Mantega. “Podemos trabalhar com a taxa de c�mbio mais elevada, porque isso ajuda a ind�stria.” O ministro afirmou que as mudan�as no c�mbio conseguiram defender o pa�s de pol�ticas de pa�ses, como a China e outras economias asi�ticas.

BB volta a cortar juros na compra


S�o Paulo – O Banco do Brasil anunciou ontem a terceira redu��o de taxas de juros para aquisi��o de ve�culos em menos de 60 dias. Segundo nota divulgada pelo BB, as taxas para financiamento de ve�culos novos, que variavam de 0,95% a 1,99% ao m�s, com taxa m�dia de 1,29%, agora passam para 0,77% a 1,79% ao m�s, com taxa m�dia de 1,09%. Outra medida anunciada pelo Banco do Brasil � a amplia��o do limite financi�vel para at� 100% do valor do ve�culo. Conforme o comunicado, a nova redu��o, que vigora a partir de amanh�, reflete as medidas anunciadas ontem pelo governo federal para estimular o consumo de autom�veis. O Banco do Brasil anunciou ainda que ter� R$ 2 bilh�es extras para emprestar no financiamento a ve�culos por conta das mudan�as no compuls�rio anunciadas segunda-feira pelo Banco Central e pelo Minist�rio da Fazenda.

A princ�pio, as novas taxas de juros ser�o oferecidas at� o dia 30 de junho, acompanhando a altera��o nas regras para libera��o de dep�sitos compuls�rios anunciada ontem pela resolu��o 3594 do Banco Central. O vice-presidente de Neg�cios de Varejo do BB, Alexandre Abreu, disse, na nota, que a redu��o nas taxas de juros vai se somar a outras medidas anunciadas ontem pelo governo federal para reduzir o custo dos financiamentos de ve�culos. “Nossa expectativa � de que as presta��es dos financiamentos de ve�culos no BB tenham uma redu��o significativa com essa nova diminui��o das taxas de juros, somada aos benef�cios com a altera��o no IOF (Imposto sobre Opera��es Financeiras) e as mudan�as no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que v�o reduzir o custo final de aquisi��o dos ve�culos”, afirmou Abreu.

Mesmo com o aumento do financiamento de ve�culos desde abril com os cortes de juros, o BB informou que suas taxas de inadimpl�ncia no segmento est�o em queda. Ca�ram de 2,32% no final de mar�o para 2,22% em abril, considerando os atrasos acima de 90 dias. Abreu avaliou que a queda do indicador de calotes � explicada pelo fato do BB s� trabalhar com seus clientes em sua rede de ag�ncias no financiamento de ve�culos, n�o atuando em revendedoras de carros. "� um p�blico que a gente conhece, sabemos o hist�rico, o comportamento. A inadimpl�ncia do banco est� absolutamente sob controle", disse o executivo.


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