O custo do trabalhador, em m�dia, pode chegar a 2,83 vezes - ou 183% - o sal�rio que ele recebe da empresa, no caso de v�nculo de 12 meses de dura��o do contrato, de acordo com estudo que o Centro de Microeconomia Aplicada da Funda��o Get�lio Vargas (FGV) e a Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI) divulgaram nesta quarta-feira em S�o Paulo.
Neste caso, se um trabalhador tem sal�rio mensal bruto R$ 730, o custo dele � de R$ 2.067,44 para a empresa. Isto, segundo o estudo, n�o deriva apenas de encargos, mas de um conjunto de obriga��es acess�rias, benef�cios negociados, burocracia e at� da gest�o do trabalho.
No total, a pesquisa contemplou 34 componentes, entre eles o d�cimo terceiro sal�rio, adicional de f�rias, vale-transporte, INSS do empregador, administra��o de pessoal, licen�a maternidade e Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS). "Estes itens n�o exaurem todos os custos porque h� nas planilhas das empresas outros custos indiretos que n�o foram contemplados na pesquisa", disse o professor da FGV, Andr� Portela. "O trabalhador que � doente, por exemplo. Por faltar mais, ele custa mais para a empresa."
A pesquisa utilizou como objeto de estudo, segundo seus organizadores, duas empresas do setor t�xtil, uma de Santa Catarina e outra de S�o Paulo. A FGV e a CNI acreditam que a metodologia pode ser aproveitada em outras empresas de outros setores.
O custo do trabalhador, no entanto, pode cair para 2,55 vezes o sal�rio - ou 155% - se o v�nculo se estender para cinco anos. Neste caso, utilizando o mesmo exemplo, um trabalhador que recebe R$ 730 mensais representa um custo para a empresa de R$ 1.858,89. Esse valor cai devido a fatores como aviso pr�vio indenizado, multa do FGTS e investimentos em treinamento e forma��o espec�ficos. Isso ocorre porque, segundo a pesquisa, no prazo mais longo o empres�rio tem mais tempo para diluir v�rios custos.