A taxa de risco da Espanha voltou a bater seu recorde na era euro nesta quarta-feira, com os investidores fugindo em massa das aplica��es em meio a crise no pa�s, ampliada pelo an�ncio feito ontem pelo chefe do Banco Central da Espanha de que deixaria seu cargo no dia 10 de junho, um m�s mais cedo que o previsto.
A taxa de juros para os t�tulos a 10 anos da Espanha disparou para o perigoso patamar de 6,703%, um n�vel insustent�vel no longo prazo.
Quando comparada � d�vida alem�, de refer�ncia, os investidores de t�tulos espanh�is estavam exigindo um adicional de 5,39 pontos percentuais, algo in�dito no pa�s desde o in�cio da moeda �nica.
Com investidores temerosos com rela��o � Espanha, os pre�os das a��es recuam nas bolsas do mundo todo nesta sess�o. A moeda �nica europeia, por sua vez, caiu para 1,2439 d�lar - atingindo seu ponto mais baixo desde julho de 2010.
No foco do tumulto desta sess�o est� o governador do Banco Central da Espanha, Miguel Fernandez Ordonez, que abalou os investidores ao anunciar na noite anterior que iria sair do cargo no dia 10 de junho, um m�s antes de seu mandato, que chegaria ao fim no dia 12 de julho.
"Nada � mais importante agora do que recuperar a confian�a, porque sem isso n�s n�o podemos resolver qualquer um dos nossos problemas", disse Ordonez ao Senado nesta quarta-feira.
Ordonez lembrou que a confian�a na Espanha, que j� vinha se deteriorando nos �ltimos meses, foi intensificada recentemente com a nacionaliza��o do Bankia - quarto maior banco do pa�s - e com toda a pol�mica em torno do setor banc�rio espanhol.
O governo conservador da Espanha instruiu este m�s os bancos a reservar 30 bilh�es de euros em 2012 para o caso de problemas com bens relacionados a empr�stimos, al�m dos 53,8 bilh�es de euros exigidos em fevereiro relativos a reformas.
Tamb�m foram nomeados auditores independentes para avaliar ativos banc�rios relativos a im�veis, que sofrearam com o estouro da bolha imobili�ria em 2008. Essa decis�o foi amplamente vista como uma falta de confian�a do banco central.
No centro da tempestade banc�ria, o Bankia pediu ao governo 19 bilh�es de euros em capital, al�m dos 4,465 bilh�es de euros investidos pelo Estado no in�cio deste m�s para salv�-lo.
Contudo, ainda n�o est� totalmente claro de onde este dinheiro vir�, especialmente quando os mercados de d�vida est�o cobrando somas exorbitantes para emprestar para a Espanha.
Segundo o Ministro da Economia, Luis de Guindos, o Fundo de reestrutura��o do setor banc�rio (FROB) poderia emitir b�nus para levantar capital e injet�-lo no banco.
O Minist�rio da Economia cogitou esta semana um plano para emitir t�tulos p�blicos e transferir a capta��o diretamente ao Bankia, que poderia, ent�o, us�-los como garantia para pedir emprestado do mercado ou do Banco Central Europeu (BCE).
Contudo, De Guindos foi enf�tico ao afirmar que o governo espanhol n�o apresentou nenhum plano para o Banco Central Europeu nem o Banco Central Europeu rejeitou qualquer pedido desse tipo, rebatendo assim rumores levantados pelo jornal americano Financial Times de que o BCE teria rejeitado um pedido de ajuda de Madri.
O BCE emitiu um comunicado negando que tenha tomado uma posi��o ou que tenha sido consultado pelo governo espanhol.
"Prestem mais aten��o ao governo da Espanha do que ao Financial Times", afirmou De Guindos.