Embora desconfiem que a tr�gua na avers�o ao risco no mercado internacional de moedas esta manh� pode ser passageira, os agentes financeiros locais iniciaram os neg�cios com c�mbio futuro vendendo d�lar. Alinhado � queda da moeda dos EUA diante do euro e de divisas "commodities", o contrato de d�lar para julho de 2012 abriu em baixa na BM&F, cotado a R$ 2,0680 (-0,27%), e at� as 9h25 havia oscilado entre m�xima de R$ 2,070 (-0,17%) e m�nima de R$ 2,0590 (-0,70%).
Ainda assim, os agentes locais desconfiam da consist�ncia desse movimento de baixa do d�lar, por causa das incertezas na zona do euro. O d�lar � vista na BM&F come�ou a ser negociado na manh� desta ter�a-feira com leve alta, de 0,27%, a R$ 2,0525, mas com baix�ssima liquidez.
O descompasso inicial do d�lar j� reflete as incertezas que dominam os neg�cios. Os investidores est�o receosos sobre os desdobramentos da elei��o na Gr�cia no domingo e com o futuro da It�lia, que pode ser o pr�ximo pa�s da zona do euro a necessitar de ajuda externa. Como ainda faltam informa��es sobre o plano de socorro de at� 100 bilh�es de euros aos bancos espanh�is, a expectativa � de que a cautela nas decis�es volte a prevalecer ao longo da sess�o. �s 9h39, o euro sustentava-se em leve alta, a US$ 1,2494, de US$ 1,2483 no fim da tarde de segunda-feira. O d�lar recuava 0,52% diante do d�lar australiano; perdia 0,32% ante o d�lar canadense; mas subia 0,15% em rela��o ao d�lar neozeland�s.
O desconforto com o impacto da crise externa sobre a economia brasileira maior que o esperado poder� justificar a continuidade da busca de prote��o em d�lar, apesar do movimento inicial de venda da moeda norte-americana. O Banco Central brasileiro seguir� atento e, se voltar a identificar press�o acentuada sobre o d�lar, dever� agir, com novo leil�o de swap cambial ou outro instrumento de pol�tica cambial, afirma o operador Jos� Carlos Amado, da Renascen�a Corretora. "O BC deve monitorar a demanda e, se precisar, poder� calibrar a oferta a fim de reduzir a volatilidade da moeda e trazer conforto ao mercado", afirmou.
Neste m�s, o BC j� fez tr�s ofertas de swap cambial e vendeu ao mercado um total de US$ 2,427 bilh�es em swap cambial, com dois vencimentos. A �ltima opera��o ocorreu nesta segunda-feira, quando a autoridade ofertou US$ 1 bilh�o desses contratos, mas vendeu apenas US$ 400 milh�es. Embora houvesse demanda para hedge ontem no mercado, o BC foi seletivo e n�o aceitou propostas com taxas desfavor�veis, disse um operador de um banco, para justificar o fraco resultado do leil�o.
Nesta quarta-feira saem novos dados do setor externo e � poss�vel que o mercado antecipe ao longo do dia nesta ter�a-feira eventual expectativa negativa para o fluxo cambial, afirmou a fonte do banco mencionado acima, sinalizando poss�vel mudan�a de sinal do d�lar ante o real na sess�o. Vale lembrar que, em maio, pela primeira vez em 2012, o fluxo de d�lares foi negativo no Brasil, em US$ 2,691 bilh�es, ante ingressos acumulados em US$ 25,3 bilh�es de janeiro a abril.