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Estado de Minas

Calote em cart�o de cr�dito chega a 27%


postado em 17/06/2012 10:03

Nuvens pairam sobre o mundo do cart�o de cr�dito. Ap�s anos de crescimento exuberante, o setor sofre cada vez mais com um problema que tira o sono de muita gente: o calote. Em tempos de economia vacilante, brasileiros nunca estiveram t�o enrolados com as faturas e a inadimpl�ncia atingiu 27,3% em abril, n�vel mais alto para o m�s na s�rie hist�rica do Banco Central.

Se o crit�rio for mais r�gido e tamb�m levar em conta quem atrasou o pagamento do extrato de 15 a 89 dias, o n�mero de consumidores com problemas salta para 38,8%. S�o R$ 14,6 bilh�es que n�o entraram nos cofres dos bancos.

O cart�o sempre teve inadimpl�ncia mais alta que outras opera��es. Na m�dia de 2005 a 2010, por exemplo, o calote m�dio ficou em 24,1%, bem superior aos 9% do cheque especial. O problema � que a taxa voltou a avan�ar mais r�pido e, agora, gira em torno dos n�veis recordes da s�rie.


Comprometimento

Descontrole financeiro, superendividamento e perda de renda s�o apontados como as causas do problema. “� sinal de que consumidores comprometeram parte muito grande da renda”, diz o presidente do Programa de Varejo da Funda��o Instituto de Administra��o (Provar), Claudio Felisoni de Angelo.

Mas os motivos extrapolam os problemas pessoais. “Clientes compram mais porque acreditam que o ganho de renda dos �ltimos anos vai se repetir. Ningu�m pensa que a crise pode tirar o emprego ou estancar a renda”, diz o professor de finan�as pessoais da Universidade de Bras�lia, Newton Marques.

H� um terceiro motivo mais recente: consumidores podem estar sendo, erroneamente, incentivados a usar o cart�o mais que o necess�rio. “O esfor�o do governo em dizer que o juro caiu pode estar fazendo com que muitos usem mais. O juro caiu em algumas linhas, mas quase nada no cart�o”, diz Felisoni.

“Antes �ramos jogados do 23.º andar. Hoje, � do 18.º. O resultado final � o mesmo.” Pesquisa recente da Associa��o dos Executivos de Finan�as (Anefac) mostra que a taxa m�dia do cart�o segue em 10,69% ao m�s h� pelo menos um ano.

Nova classe m�dia


O descontrole financeiro � mais comum entre clientes que t�m pouca familiaridade com o cart�o. O problema afeta especialmente a chamada nova classe m�dia. E, nos �ltimos anos, a ascens�o social de milh�es de fam�lias aconteceu com um acess�rio quase obrigat�rio: o cart�o na carteira. � quase t�o simb�lico como o iogurte no in�cio do Plano Real.

Segundo a Associa��o Brasileira das Empresas de Cart�o de Cr�dito, o universo de cart�es de cr�dito e de loja alcan�ou 440 milh�es em maio. � como se cada brasileiro levasse 2,3 deles no bolso. Isso sem contar os que t�m apenas a fun��o d�bito. Em 2003, eram 116 milh�es de cart�es ou 0,6 por habitante.

O boom aconteceu principalmente porque bancos viram no cart�o de cr�dito uma porta de entrada para novos clientes. O problema, por�m, � que muitos n�o sabem como a opera��o funciona. “Muitos pagavam o m�nimo e achavam que a d�vida estava quitada”, lamenta um executivo do setor.

O Banco Central at� atuou e, h� um ano, o pagamento m�nimo aumentou de 10% para 15% do total da fatura. O porcentual deveria ter subido para 20% em dezembro, mas o governo desistiu. Se o porcentual tivesse subido, os problemas poderiam ser ainda piores, dizem os analistas.


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