O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta ter�a-feira que a crise internacional n�o est� relacionada com a boa gest�o da economia no Pa�s. "A crise n�o terminou e concentra foco nos pa�ses da Europa. Essa crise n�o � do Brasil" disse ele, ao participar no semin�rio 'Guardi�es da Estabilidade', realizado pela Isto� Dinheiro, em S�o Paulo. "O Pa�s tem reservas robustas e contas p�blicas equilibradas. O super�vit prim�rio permite redu��o da d�vida p�blica", comentou.
De acordo com Tombini, s�o boas as perspectivas da economia brasileira no m�dio e longo prazos. "O governo tem avan�ado em medidas tribut�rias, como desonera��o da folha de pagamento e investimentos em portos, ferrovias e redes de comunica��o", disse, ressaltando que a desonera��o da energia el�trica ter� impacto positivo sobre importantes segmentos produtivos. "As profundas transforma��es estruturais observadas nos �ltimos anos, combinados com a presen�a de v�rios elementos que garantem a sustenta��o da demanda dom�stica, e importantes est�mulos j� introduzidos, indicam ainda haver espa�o para a amplia��o do consumo", disse.
"E � exatamente o consumo que dar� a propaga��o ao crescimento, incentivando a realiza��o de novos investimentos privados, os quais dar�o suporte ao crescimento sustentado nos pr�ximos anos" acrescentou Tombini. O coment�rio do presidente do BC est� alinhado com a avalia��o da presidente Dilma Rousseff e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, segundo a qual a popula��o brasileira tem ainda um grande potencial para ampliar a compra de bens e acesso a servi�os, e, portanto, n�o estaria esgotado o modelo de crescimento do Pa�s, calcado em boa parte na amplia��o constante da demanda agregada, sobretudo das fam�lias.
Segundo ele, o Brasil voltar� a crescer tamb�m no curto prazo, a ponto de o Produto Interno Bruto (PIB) registrar uma expans�o de 4% no �ltimo trimestre deste ano ante igual per�odo de 2011. "O Pa�s vai crescer nos pr�ximos trimestres, baseado sobretudo na cria��o de emprego, expans�o de renda e do cr�dito", comentou.
De acordo com o presidente do BC, a trajet�ria de recuo da taxa Selic dever� ter impacto importante no modelo de atua��o do mercado de capitais e, com isso, exigir� "aten��o redobrada" do gerenciamento de riscos desse mercado. "O BC est� atento a esse processo", disse.
Na avalia��o de Tombini, com o custo do dinheiro mais baixo, j� � poss�vel observar uma mudan�a na estrutura das curvas de juros de m�dio e longo prazo. Na avalia��o de Tombini, se isso por um lado "amplia os horizontes", com maior participa��o do sistema banc�rio no financiamento da economia do Pa�s, por outro lado, tamb�m ser� necess�rio maior aten��o em riscos que ser�o tomados pelo setor financeiro na busca por rentabilidade.
Credibilidade - Tombini afirmou ainda que o Banco Central tem credibilidade e � respeitado internacionalmente, depois de um trabalho de diferentes atores. "A credibilidade do Banco Central � resultado de a��es tomadas por diferentes atores nas �ltimas d�cadas", disse.
Ao fazer breve retrospectiva hist�rica, Tombini disse que, depois de v�rias tentativas frustradas, o Plano Real permitiu "debelar a hiperinfla��o e reintroduzir no Brasil uma moeda com todas as suas fun��es". Ele mencionou tamb�m o regime de metas de infla��o e o c�mbio flutuante como fatores que propiciaram estabilidade macroecon�mica, possibilitando que o Pa�s avan�asse em outras frentes.