A queda de quase 3% do preg�o desta quinta-feira deixou a Bovespa no vermelho na semana e s� uma recupera��o de pelo menos 1% nesta sexta-feira � capaz de dar sequ�ncia aos ganhos semanais pela terceira vez seguida. Por�m, a agenda esvaziada de indicadores nos EUA e um novo encontro de l�deres europeus contribuem para um comportamento defensivo dos investidores, abalados ap�s o rebaixamento promovido pela Moody's nos ratings dos maiores bancos do mundo. Por volta das 10h05, o Ibovespa subia 0,38%, aos 55.716,44 pontos, na m�xima ap�s abertura.
"A quest�o � saber se a Bolsa vai conseguir encontrar um ponto de apoio ou cair ainda mais antes do fim de semana", comenta um operador da mesa de renda vari�vel, lembrando que ontem o �ndice � vista voltou � casa dos 55 mil pontos, "com uma tacada s�". At� por isso, ele acredita que parte dos "exageros" de ontem sejam ajustados hoje.
O s�cio da �rama Investimentos, �lvaro Bandeira, avalia que agora a Bolsa ter� de formar um novo fundo e superar a faixa de 57 mil pontos para ganhar espa�o rumo a novas altas. "Isso s� acontecer� se acompanhado de volume financeiro crescente e medidas para a zona do euro", comenta, em relat�rio publicado nesta manh�.
Por�m, os mercados financeiros est�o encerrando mais uma semana sem que as autoridades europeias tenham tomado alguma medida mais concreta para sanar a grave crise das d�vidas soberanas, que come�a a espalhar seus tent�culos por todo o mundo. "O mundo est� literalmente congelado para atitudes", comenta Bandeira.
Os ministros de Finan�as da Uni�o Europeia (UE) voltam a se reunir em Luxemburgo nesta sexta-feira, antecedendo o encontro de c�pula dos l�deres dos 27 pa�ses do bloco, que acontece na semana que vem. Em Roma, o chefes de Estado da It�lia (Mario Monti), Alemanha (Angela Merkel), Fran�a (Fran�ois Hollande) e Espanha (Mariano Rajoy) re�nem-se, a partir das 9h. Ao fim do encontro, deve haver uma entrevista coletiva � imprensa.
De l�, Merkel segue para Gdansk, na Pol�nia, para assistir � partida entre Alemanha e Gr�cia pela quartas de final da Eurocopa. O chamado "jogo da d�vida" est� carregado de simbologia pol�tica e, se eliminarem os alem�es, buscando repetir a conquista do t�tulo em 2004, os gregos voltam para Atenas como her�is, com a honra lavada - pelo menos no futebol.
E enquanto as medidas efetivas tardam, as ag�ncias de classifica��o de risco v�o fazendo seus estragos. Ontem, ap�s o fechamento dos mercados internacionais, a Moody's anunciou o corte das notas de 15 dos maiores bancos do mundo, incluindo institui��es europeias e norte-americanas, que teriam forte exposi��o � volatilidade e riscos de perdas no mercado de capitais.
O rebaixamento foi dividido em tr�s grupos. No grupo mais brando, ficaram institui��es como HSBC, Royal Bank of Canada e JP Morgan. No intermedi�rio, figuraram Barclays, BNP, Credit Suisse e Deutsche Bank. No terceiro, constam Bank of America Merrill Lynch, Citigroup, Morgan Stanley e RBS.
Nos EUA, a agenda econ�mica n�o prev� a divulga��o de nenhum dado, eventos ou balan�os financeiros. Ainda assim, no hor�rio acima, o futuro do S&P 500 subia 0,51%, sinalizando uma recupera��o em Wall Street, um dia ap�s ver os principais �ndices acion�rios registrarem a segunda maior queda em pontos do ano. O petr�leo negociado em Nova York, que ontem caiu abaixo de US$ 80 o barril e fechou no menor n�vel desde outubro, tamb�m ensaia uma recomposi��o das perdas.
O notici�rio corporativo dom�stico, por sua vez, est� repleto de eventos importantes. A come�ar pela transfer�ncia de controle no Grupo P�o de A��car (GPA). A partir desta sexta-feira, o franc�s Casino, s�cio de Abilio Diniz na Wilkes, ser� controlador do GPA, em um processo que teve epis�dios controversos, como a tentativa do empres�rio brasileiro de se fundir ao concorrente do franc�s, Carrefour.
Apesar de continuar como presidente do conselho do Grupo, a grande d�vida passa a ser o destino de Abilio depois que o Casino assumir o controle da rede. Embora com menos poder do que antes, pessoas ligadas a ele dizem que o empres�rio vai exercer o papel de "acionista minorit�rio exigente, que acompanha tudo no detalhe".
Tamb�m nesta sexta-feira, a TAM tenta realizar novamente sua oferta p�blica de permuta de a��es (OPA) pelos BDRs da chilena LAN. O processo faz parte da fus�o entre as duas empresas para a cria��o da Latam, e que n�o obteve o m�nimo necess�rio de ades�o na semana passada, que seria de 95%, para fechar o capital da companhia a�rea brasileira.
Ainda na Bolsa, o investidor tamb�m fica de olho na estreia das a��es da Vigor, ap�s a OPA para permuta de pap�is da JBS por a��es ON da emiss�o da empresa de l�cteos, realizada ontem. A opera��o inflou o volume financeiro negociado na sess�o passada, em R$ 1,879 bilh�o.