O Brasil e a Argentina acertaram detalhes para acelerar a concess�o de licen�as de importa��o a uma lista dos produtos mais afetados pelas barreiras comerciais bilaterais a partir da segunda-feira. A informa��o foi confirmada � Ag�ncia Estado pelo ministro (secret�rio) de Agroind�stria da Prov�ncia de Mendoza, Marcelo Barg, uma das regi�es argentinas mais afetadas pelas repres�lias brasileiras ao pa�s. Ontem � noite, o ministro de Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (MDIC) do Brasil, Fernando Pimentel, e a secret�ria de Com�rcio Exterior, Tatiana Prazeres, se reuniram com seus hom�logos argentinos, D�bora Giorgi e Beatriz Paglieri, respectivamente, para finalizar as negocia��es acertadas previamente entre os t�cnicos.
Segundo apurou a Ag�ncia Estado com fontes de ambos os pa�ses, a Argentina se comprometeu a acelerar as importa��es de produtos brasileiros, como carne su�na, min�rios, m�quinas agr�colas, t�xteis, cal�ados, entre outros, enquanto o Brasil afirmou que vai come�ar a ampliar a entrada dos seguintes itens argentinos: vinho, uvas passas, carros, azeitonas, azeite de oliva, ma��s, peras e queijo. Nos �ltimos dias, algumas f�bricas de azeitonas em Mendoza, sede da C�pula do Mercosul, tiveram de dar f�rias coletivas aos funcion�rios porque 75% de suas exporta��es s�o destinadas ao Brasil. H� pouco mais de um m�s, o governo brasileiro tem adotado medidas burocr�ticas e fitossanit�rias aos produtos argentinos em resposta ao endurecimento das barreiras argentinas aos bens brasileiros.
Negociadores da Argentina e do Brasil avan�aram, na quarta-feira e na quinta-feira, em um acordo para destravar, inicialmente, o com�rcio dos produtos mais sens�veis da pauta comercial. Cada pa�s apresentou uma lista dos 10 produtos mais sens�veis. "Houve um avan�o moderado para acelerar a entrada de bens cujas barreiras provocam maiores problemas", disse uma das fontes ouvidas. "Vamos observar durante uma semana se, desta vez, a Argentina cumpre o compromisso. E, � medida que os produtos forem liberados, tamb�m cumpriremos nossa parte", disse a fonte.
Por�m, o objetivo do governo brasileiro � chegar a um acordo geral, sem limitar a negocia��o a produtos isolados, em detrimento de outros. "O governo brasileiro n�o fala de um ou outro produto. Falamos de toda a pauta comercial bilateral que hoje est� sob o regime das DJAI argentinas", esclareceu uma alta fonte oficial referindo-se �s Declara��es Juramentadas Antecipadas de Importa��o, que equivale a licen�as para todas as importa��es na Argentina.
As fontes revelaram que as conversas iniciais entre as equipes t�cnicas, que negociaram durante toda a semana, em Mendoza, paralelamente � C�pula do Mercosul, foram feitas em tom elevado. Houve �nimos e atitudes mais exaltadas no primeiro dia da negocia��o por parte da secret�ria de Com�rcio Exterior argentina, Beatriz Paglieri, e do embaixador argentino em Bras�lia, Luis Maria Kreckler, que tentaram impor uma agenda de abertura do mercado brasileiro para uma s�rie de produtos, como os da ind�stria farmac�utica.
Por�m, segundo as fontes ouvidas, os negociadores brasileiros n�o aceitaram as exig�ncias impostas e cobraram da Argentina o cumprimento de promessas que v�m sendo realizadas h� quase dois meses de acelerar, por exemplo, a entrada da carne su�na brasileira no pa�s, como prometeu o secret�rio de Com�rcio Interior, Guillermo Moreno, durante visita a Bras�lia. As reuni�es bilaterais ser�o retomadas no final da tarde com o objetivo de avan�ar no acordo geral e devem prosseguir amanh�.